"O secretário-geral recorda a importância" de que se "garanta a total transparência de todos os processos legais", afirmou em comunicado o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
No mesmo dia, o ex-líder da Bolívia Evo Morales pediu que os responsáveis pelo "golpe de Estado" de novembro de 2019 sejam "investigados e punidos", após a detenção de ex-governantes, entre eles a ex-Presidente interina, Jeanine Ánez, que o sucedeu na chefia do país.
Ánez, à frente do país de novembro de 2019 a novembro de 2020, tinha já reagido à emissão do mandado de captura com uma frase na rede social Twitter: "A perseguição política começou".
Antes, dois antigos membros do Governo tinham sido detidos na cidade de Trinidad, os ex-ministros da Energia e da Justiça, Rodrigo Guzmán e Álvaro Coimbra.
O inquérito aberto pela Procuradoria segue-se a uma queixa apresentada em dezembro por Lídia Patty, antiga deputada do partido de Evo Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS).
A antiga parlamentar acusa Jeanine Ánez, antigos ministros, responsáveis militares e policiais de terem derrubado Morales em novembro de 2019. Apresentou queixa por "sedição", "terrorismo" e "conspiração".
Foram igualmente emitidos mandados de captura para os ex-ministros do Interior, Arturo Murillo, da Presidência, Yerko Núnez, e da Defesa, Fernando López, bem como para vários ex-chefes militares e policiais.
Após as presidenciais de outubro de 2019 e na confusão que rodeou os resultados que davam Morales como vencedor, a oposição alegou fraude e registaram-se incidentes violentos em todo o país. O escrutínio foi anulado.
Num contexto de protestos que causaram pelo menos 35 mortos, polícia e exército retiraram o apoio a Morales, que acaba por se demitir e partir para o exílio, inicialmente no México e depois na Argentina.
Morales voltou à Bolívia após a vitória de seu delfim, Luís Arce, nas presidenciais de outubro de 2020.
Leia Também: Guterres pede à Nigéria que garanta segurança nas escolas após novo rapto