Os ex-ministros da Energia e da Justiça, Rodrigo Guzmán e Álvaro Coimbra, também foram detidos pelo presumível golpe de Estado contra o Presidente socialista Evo Morales.
Segundo a acusação, assinada por três procuradores, à qual a agência France Presse teve acesso, é pedida "a medida cautelar que consiste numa detenção preventiva (...) por um período de seis meses" numa prisão de La Paz.
Jeanine Ánez, à frente do país de novembro de 2019 a novembro de 2020 e detida numa caserna da polícia de La Paz, denunciou um "ato abusivo e de perseguição política".
O inquérito aberto pela Procuradoria segue-se a uma queixa apresentada em dezembro por Lídia Patty, antiga deputada do partido de Evo Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS).
A antiga parlamentar acusa Jeanine Ánez, antigos ministros, responsáveis militares e policiais de terem derrubado Morales em novembro de 2019. Apresentou queixa por "sedição", "terrorismo" e "conspiração".
Morales, que voltou à Bolívia após um exílio no México e na Argentina depois da vitória do seu delfim, Luís Arce, nas presidenciais de outubro de 2020, pediu no sábado que os responsáveis pelo "golpe de Estado" de novembro de 2019 sejam "investigados e punidos".
Hoje, voltou a insistir no assunto na rede social Twitter, considerando que "esclarecer o golpe de Estado (...) não é apenas defender a democracia na Bolívia, mas também na América Latina e no Caribe".
Após as presidenciais de outubro de 2019 na Bolívia e na confusão que rodeou os resultados que davam Morales como vencedor para um quarto mandato, a oposição alegou fraude e registaram-se incidentes violentos em todo o país. O escrutínio foi anulado.
Morales insiste que não houve fraude, assinalando que tal é demonstrado pelos resultados das eleições presidenciais quase um ano depois, que deram a vitória a Luís Arce, apoiado pelo MAS.
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