Só no domingo morreram pelo menos 38 pessoas, a maioria em Rangum, onde as forças de segurança dispararam munições reais contra manifestantes em pelo menos nove bairros da cidade, a mais populosa do país e antiga capital.
No distrito de Hlaing Than Yar, no noroeste de Rangum, 22 civis foram mortos e 20 ficaram feridos, três dos quais em estado crítico, na sequência de uma brutal repressão da polícia e dos soldados, indicou a AAPP.
Também no domingo, a junta militar anunciou, no canal público MRTV, a imposição da lei marcial no bairro popular de Hlaing Than Yar, onde no mesmo dia, várias fábricas foram consumidas pelas chamas, indicou o portal Myanmar Labour News.
A Embaixada da China em Myanmar disse na rede social Facebook que algumas das fábricas destruídas pelos incêndios são propriedade de empresários chineses e apelou às autoridades para prenderem os perpetradores e "garantir a segurança das empresas e do pessoal chineses".
Em outras cidades do país, como Bago, Mandalay e Hpakant, também foram registadas mortes no domingo devido aos tiros disparados pelas forças de segurança.
A AAPP disse que desde a revolta militar foram detidas mais de 2.150 pessoas, 319 das quais já foram libertadas.
A junta militar deteve a maioria do Governo eleito, incluindo a líder, Aung San Suu Kyi, e o Presidente, Win Myint, na manhã do golpe, além de cancelar a posse da legislatura marcada para o mesmo dia.
Os militares justificaram o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido da líder deposta Aung San Suu Kyi venceu por grande margem e que observadores internacionais consideraram legítimas.
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