Dezenas de viaturas com produtos alimentares frescos à porta de Díli

Dezenas de viaturas com produtos alimentares frescos, de vários municípios timorenses, estão retidas em Tibar, a oeste da capital, à espera de que se efetive um corredor para entrar na cerca sanitária em vigor no município de Díli.

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© VALENTINO DARIEL SOUSA/AFP via Getty Images

Lusa
15/03/2021 06:45 ‧ 15/03/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Fornecedores ouvidos pela Lusa dizem que ainda não há clareza sobre como podem entrar na capital, questionado a operacionalização dos corredores para fornecer Díli com alimentos frescos e outros municípios com produtos importados para a capital.

"Há muitos camiões e carrinhas procedentes de Liquiçá, Ermera e Maliana com produtos frescos locais, vegetais e frutas", disse à Lusa Rui Castro, presidente do Movimento de Ação Económica Comunitária (MAEKOM, na sua sigla em tétum).

"Há também camiões dos três distritos que precisam de entrar em Díli para carregar arroz, óleo e outras necessidades básicas porque as lojas dos três municípios estão a ficar sem stock", referiu.

Visitas da reportagem da Lusa a vários mercados e supermercados na capital mostram que vários produtos frescos já terminaram, incluindo muita variedade de fruta, e que começa em alguns casos a haver alguma especulação de preços, com possível impacto nos consumidores timorenses mais pobres.

Produtos como papaia, maracujá, alface, tomate e verduras estão já inexistentes em muitos vendedores com os preços a aumentarem: um balde de tomate passou dos três para os quatro dólares e se um dólar antes comprava seis abacates agora compra quatro.

Pequenos ramos de 'cancu', um vegetal local parecido ao espinafre e muito comum na dieta timorense, aumentaram 50% em preço e se antes do confinamento um dólar comprava três molhos de alface agora só compra dois.

Em sentido inverso, residentes noutros municípios, como Aileu, a sul da capital, apontam carências de vários produtos nas lojas, com fornecedores de Díli sem conseguirem transportar bens da capital.

No sábado, em conferência de imprensa, Rui Araújo, coordenador da equipa para a Prevenção e Mitigação da covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou que cidadãos ou empresas que precisem de usar os corredores de entrada ou saída na capital, para questões essenciais, como fornecimento de bens alimentares, devem solicitar autorização ao responsável do CIGC.

"Abrimos hoje corredores de abastecimento de entrada e de saída de Díli. O pedido de autorização para utilizar esses corredores deve ser feito ao diretor do CIGC, brigadeiro-general João Miranda 'Aluk'", disse na altura.

Pedro Klamar Fuik, vice-responsável da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), explicou à Lusa na quinta-feira que as autoridades têm conhecimento do problema e aprovaram novas regras para permitir que os produtos cheguem, que implicam, na prática, mudança de condutores nas entradas.

"Independentemente do cerco que é necessário para prevenir as saídas de prováveis ou possíveis contagiados, já discutimos corredores de abastecimento para Díli de produtos frescos essenciais e autorizados", disse hoje.

"O que decidimos fazer é que os motoristas chegam com os produtos até ao limite da cerca, saem e deixam que outro condutor, que está dentro da cerca, transporte os produtos ao mercado e depois regresse com a viatura descarregada novamente ao limite da cerca", referiu.

Esta medida evita a necessidade de obter autorizações para entrada e saída e garante um fluxo mais regular de produtos frescos, explicou, notando que as autoridades verificarão se, de facto, a carga é essencial.

Timor-Leste tem atualmente 97 casos ativos, com 19 surtos em Díli e dois na cidade de Baucau.

O Conselho de Ministros está hoje reunido para debater a possível extensão da cerca sanitária e confinamento.

Leia Também: Quase 190 passageiros aterram em Díli em quarta operação da euroAtlantic

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