Coreia do Norte avisa que EUA devem "evitar mau cheiro" se quiserem paz
Kim Yo Jong, irmã do líder da Coreia do Norte, avisou os Estados Unidos de que devem "evitar causar mau cheiro" se pretendem a paz com o regime norte-coreano e que o entendimento com a Coreia do Sul "não regressará facilmente".
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Mundo Kim Yo Jong
As declarações da irmã de Kim Jong Un, que tem vindo a assumir crescente protagonismo no regime norte-coreano, surgem depois de a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, ter afirmado na semana passada que foram infrutíferas diversas tentativas de contacto com a Coreia do Norte desde que Joe Biden assumiu o cargo, há quase dois meses.
"O nosso objetivo é reduzir o risco de uma escalada. Mas até o momento não recebemos nenhuma resposta. (...) Há mais de um ano que não há diálogo ativo com a Coreia do Norte, apesar das várias tentativas de abordagem dos Estados Unidos", adiantou a porta-voz da Casa Branca.
Segundo comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal norte-coreana, KCNA, Kim Yo Jong, irmã do líder norte-coreano "avisou a nova administração dos Estados Unidos que se esforça para espalhar o cheiro de pólvora na nossa terra".
"Se querem dormir em paz nos próximos quatro anos, é melhor evitarem causar um mau cheiro no primeiro passo que dão", referiu.
O comunicado deixa também críticas a recentes manobras militares sul-coreanas, "jogos de guerra diminutos, agora que (o país vizinho) se encontra no atoleiro da crise política, económica e epidémica".
"Os exercícios de guerra e a hostilidade nunca podem acontecer a par do diálogo e da cooperação", disse Kim Yo Jong, avisando que o entendimento com a Coreia do Sul "não regressará facilmente" e que a Coreia do Norte poderá inclusivamente considerar romper o acordo militar inter-coreano para redução de tensões na fronteira comum.
O ex-presidente Donald Trump realizou três cimeiras com Kim Jong Un, e ambos os líderes mantiveram contacto por carta, mas a recusa pelos Estados Unidos de pedidos norte-coreanos para abrandamento das sanções sobre o país, terão estado na origem do afastamento.
Washington condicionou o abrandamento de sanções a medidas do regime norte-coreano para desmantelar seu programa nuclear, o que Kim Jong Un se recusou a fazer.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o secretário de Defesa, Lloyd Austin, chegaram hoje a Tóquio, na sua primeira viagem ao estrangeiro, com a missão de estreitar laços com os aliados asiáticos.
Na quarta-feira, os dois governantes deslocam-se à Coreia do Sul, para no dia seguinte Blinken reunir com os chefes da diplomacia chinesa, no Alasca - naquele que será o primeiro encontro oficial entre os governos dos EUA e da China desde que Biden tomou posse, em 20 de janeiro.
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