EMA abre a porta a novos processos de aquisição conjunta de antibióticos
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) abriu hoje a porta a eventuais novos processos de aquisição conjunta, como se verifica atualmente a nível europeu em relação às vacinas contra a covid-19, sobretudo na área dos antibióticos.
© Lusa
Mundo Covid-19
"A iniciativa de aquisição conjunta de vacinas na Europa foi fundamental na luta contra a covid-19 e apontou para muitas oportunidades de fazer isto noutras áreas. Um dos desafios ao nível da oferta é que estados-membros mais pequenos não têm o poder de compra necessário e este mecanismo pode ajudar. Penso que em novos antibióticos, especialmente, esta pode ser uma oportunidade importante para progredir", afirmou a diretora da EMA, Emer Cooke.
Numa intervenção efetuada na conferência "Reforçar o papel da UE na Saúde Global", realizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia (UE), a responsável da EMA lembrou que a instituição "não faz parte deste processo, porque a dimensão económica está fora" da sua responsabilidade. Porém, lembrou que "a pandemia exigiu maior integração nas atividades de saúde entre os estados-membros" e o reforço da colaboração internacional.
"Esta crise realçou algumas vulnerabilidades estruturais nas cadeias de abastecimento globais: o facto de estarmos dependentes de alguns países na provisão de ingredientes farmacêuticos; a dificuldade de adaptação para responder rapidamente a aumentos súbitos da procura; e a necessidade de nós, como reguladores, definirmos requisitos para assegurar a disponibilização no mercado e o aumento da produção de vacinas e tratamentos seguros e eficazes", notou.
Com o elogio a uma conferência realizada "no momento certo" para a reflexão sobre os avanços registados na área da saúde global por força da covid-19, Emer Cooke expressou a importância da cooperação com parceiros internacionais, quer ao nível da convergência científica, quer noutras áreas, como a inspeção.
"Temos de fomentar a solidariedade global e a consciencialização de que nenhum país está seguro até que todos estejam em segurança. As ameaças só podem ser enfrentadas se abordarmos todas as interdependências relevantes nas nossas sociedades e nos sistemas de produção globais", sintetizou.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.745.337 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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