De acordo com a AP, a Emergent BioSolutions, que está no centro dos problemas de qualidade que levaram à dispensa das vacinas, era vital para a cadeia de distribuição da J&J, que pretendia entregar 100 milhões de doses da sua vacina de toma única até ao final de maio.
No entanto, a agência de Alimentação e Saúde (FDA) dos Estados Unidos já notificou a companhia repetidas vezes devido a problemas como trabalhadores pouco qualificados, frascos rachados e problemas de bolor e outros tipos de contaminações em redor de uma das suas instalações, segundo registos obtidos pela AP que cobrem inspeções a partir de 2017.
A Johnson & Johnson afirmou na quarta-feira que um lote de vacinas feito pela Emergent BioSolutions na sua fábrica de Baltimore, no estado do Maryland (nordeste), não pode ser usado porque não tem os padrões de qualidade adequados.
Não é claro de que forma o problema afetará a distribuição futura das vacinas da J&J, com a empresa a afirmar num comunicado que ainda planeia entregar 100 milhões de doses até ao final de junho.
A J&J assinou uma parceria com a Emergent BioSolutions em abril de 2020, alistando a empresa menos conhecida para fabricar a vacina com dinheiro dos impostos dos norte-americanos.
À data, a fábrica de Baltimore não estava escalada para produzir milhões de doses de uma potencial vacina para a covid-19, de acordo com os registos da FDA, que descrevem as instalações como um laboratório de testes que "não fabricava produtos para distribuição".
A FDA inspecionou a fábrica em abril de 2020, criticando a empresa devido a problemas com os seus testes para um potencial tratamento de antraz, de acordo com os registos obtidos pela AP.
O principal investigador da AP referiu que a empresa falhava em dar formação aos empregados "nas operações específicas que realizam como parte da sua função e normas correntes de bom fabrico".
A assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse hoje que nenhuma das doses atualmente no mercado foram afetadas e que a empresa deverá entregar 24 milhões de doses em abril.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.816.908 mortos no mundo, resultantes de mais de 128,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos registaram 1.055 mortes provocadas por covid-19 nas últimas 24 horas, além de 66.088 novos casos, de acordo com a contagem independente da Universidade norte-americana Johns Hopkins.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.