Sinn Féin teme fim de semana "muito difícil" na Irlanda do Norte

A presidente do Sinn Féin alertou hoje que a Irlanda do Norte enfrenta um fim de semana "muito difícil", dada a possibilidade de os protestos que atingem a região há mais de uma semana se alastrarem pela província britânica.

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Lusa
09/04/2021 11:22 ‧ 09/04/2021 por Lusa

Mundo

Irlanda do Norte

Depois de mais uma noite de confrontos com a polícia em áreas protestantes e católicas de Belfast, Mary Lou McDonald disse que a violência nas ruas é "deliberadamente organizada" para "maximizar" a tensão e pediu aos políticos unionistas que mostrem "liderança" para cancelar os protestos planeados para os próximos dias.

A presidente do Sinn Féin, ex-braço político do agora inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), alertou para o risco de que esses motins se arrastem e "preparem o terreno" para um verão de violência, coincidindo com o início da polémica temporada das marchas protestantes pela região.

Pela primeira vez em sete anos, a Polícia da Irlanda do Norte (PSNI) recorreu na noite de quinta-feira a canhões de água (proibidos no resto do Reino Unido) para repelir ataques com pedras, fogo de artifício e 'cocktails' molotov de grupos, na sua maioria jovens, de ambas as comunidades.

As forças da ordem tentaram evitar que os dois lados entrassem em confronto direto numa área do oeste de Belfast, onde as chamadas "linhas de paz" separam bairros protestantes e católicos.

A polícia informou que os distúrbios da noite passada não atingiram a gravidade dos de quarta-feira, que descreveu como os "mais violentos dos últimos anos", e ainda não confirmou se houve feridos ou detenções.

A violência recente aumentou devido a tensões crescentes sobre as regras comerciais pós-'Brexit' para a Irlanda do Norte e piorou as relações entre os partidos no Governo de Belfast, compartilhado entre católicos e protestantes.

As autoridades acusaram grupos paramilitares ilegais de incitar os jovens a causar confusão.

O novo acordo comercial entre Londres e o bloco comunitário, no âmbito do 'Brexit', impôs controlos aduaneiros e fronteiriços a algumas mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O acordo foi elaborado para evitar controlos entre a Irlanda do Norte e a Irlanda, um membro da UE, uma vez que uma fronteira irlandesa aberta ajudou a sustentar o processo de paz construído pelo Acordo de Sexta-Feira Santa em 1998, que terminou na altura com três décadas de violência que provocaram mais de 3.00 mortes.

Mas, os unionistas têm argumentado que estes novos controlos equivalem a uma nova fronteira no mar da Irlanda entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido, defendendo o abandono do acordo.

Os unionistas também estão revoltados com a decisão das autoridades policiais de não processaram os políticos do Sinn Féin que marcaram presença no funeral de um ex-comandante do exército republicano irlandês em junho passado.

O funeral de Bobby Storey atraiu uma grande multidão, apesar das medidas restritivas aplicadas no âmbito da pandemia do novo coronavírus e que proibiam grandes aglomerações de pessoas.

Os principais partidos unionistas exigiram a demissão do chefe da polícia da Irlanda do Norte por causa da controvérsia, argumentando que o responsável tinha perdido a confiança da comunidade.

O ministro britânico para a Irlanda do Norte, Brandon Lewis, declarou que planeia hoje conversar com líderes políticos e religiosos da Irlanda do Norte, após outra noite de protestos no território norte-irlandês, no âmbito tensões internas sobre o 'Brexit'.

Leia Também: Ministro britânico visita Irlanda do Norte após nova noite de protestos

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