Só 0,18% de vacinados com AstraZeneca em Espanha com efeitos secundários

Um relatório da Agência Espanhola de Medicamentos indica que apenas 0,18% dos vacinados no país com o fármaco da AstraZeneca, 1.792 em 985.528 pessoas, referiram ter sofrido qualquer tipo de efeitos adversos, como febre, dores de cabeça e dores musculares.

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Lusa
09/04/2021 15:02 ‧ 09/04/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Estes são números do quarto "Relatório de farmacovigilância sobre vacinas COVID-19", publicado hoje pela Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos de Saúde (Aemps) com dados recolhidos até 21 de março último.

A Aemps também anuncia que, do total de 6.125.119 doses de vacinas administradas até essa data, foram recebidas 11.182 notificações de eventos adversos (0,18%).

No documento, a agência espanhola alerta para "alguns eventos adversos" de inflamação localizada em pessoas vacinadas com o medicamento da Pfizer, que tinham recebido anteriormente injeções de enchimento na pele do rosto (por exemplo, ácido hialurónico), tendo o folheto informativo (bula) que ser atualizado, no caso de se confirmar.

Entretanto, o responsável pela Saúde da comunidade autónoma de Madrid, Antonio Zapatero, afirmou hoje que "a confusão gerada pelo Ministério da Saúde" espanhol à volta da vacina AstraZeneca fez com que a percentagem de recusa de vacinação com estas doses passasse de 2% para 60% e até 70% na região.

Os responsáveis nacionais e regionais da Saúde decidiram na quarta-feira parar com a vacinação da AstraZeneca a menores de 60 anos, depois de ter sido conhecido um parecer da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que concluiu existir uma "possível relação" entre a administração do fármaco e a formação de "casos muito raros" de coágulos sanguíneos.

Apesar de tais riscos, a EMA insistiu nos benefícios do fármaco, dada a gravidade da pandemia, e comparou estes eventuais efeitos secundários com os da toma de contracetivos hormonais como a pílula.

A decisão em Espanha foi tomada com o voto contra da região de Madrid, que pediu para alargar o limite aos maiores de 65 anos e um dia depois, na quinta-feira, o Ministério da Saúde e as comunidades optaram por alargar o limite de idade para 69 anos, uma vez terminada a vacinação do grupo entre os 60 e os 65 anos.

Em Espanha, as comunidades autónomas têm competência em matéria de política se Saúde.

Por outro lado, o Governo central, de esquerda, e o da Comunidade de Madrid, de direita, aproveitam todas as oportunidades para se atacarem politicamente, numa altura em que já começou a pré-campanha para as eleições de 04 de maio próximo na região em que fica situada a capital de Espanha.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.903.907 mortos no mundo, resultantes de mais de 133,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.904 pessoas dos 826.327 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Costa critica falta de poderes da EMA e apela à defesa da vacinação

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