Numa rara admissão da fraqueza das vacinas chinesas contra o coronavírus, a autoridade máxima de controlo da doença reconheceu, numa conferência de imprensa em Chengdu, "não têm taxas de proteção muito elevadas".
Pequim distribuiu centenas de milhões de doses noutros países enquanto também tenta levantar dúvidas sobre a eficácia das vacinas ocidentais.
"Está agora formalmente em análise se devemos usar diferentes vacinas de diferentes linhas técnicas no processo de imunização", indicou Gao.
As taxas de eficácia da vacina para o coronavírus da Sinovac, um fabricante chinês, na prevenção de sintomas infecciosos foi estimada em 50,4% por investigadores no Brasil.
Pequim ainda não aprovou qualquer vacina estrangeira para uso na China, onde o coronavírus surgiu em finais de 2019. Nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau estão disponíveis vacinas estrangeiras.
Gao não forneceu detalhes sobre possíveis mudanças na estratégia, mas apontou o uso de tecnologia RNA mensageiro (mRNA), uma técnica experimental já usada pelos fabricantes ocidentais de vacinas enquanto os produtores de fármacos na China usam tecnologia tradicional.
"Todos devem considerar os benefícios que as vacinas mRNA podem trazer para a humanidade", assumiu Gao. "Devemos seguir isto com cuidado e não ignorar só por já termos vários tipos de vacinas".
Gao levantou anteriormente questões sobre a segurança das vacinas mRNA, como a Pfizer/BioNtech ou Moderna.
Foi citado pela agência de notícias oficial Xinhua a declarar em dezembro que não podia descartar efeitos secundários negativos porque estavam a ser usadas pela primeira vez em pessoas saudáveis.
Os órgãos de comunicação social estatais chineses e blogues populares de saúde e ciência também questionaram a segurança e eficácia da vacina da Pfizer, que usa mRNA.
Até 02 de abril, cerca de 34 milhões de pessoas receberam as duas doses exigidas das vacinas chinesas e cerca de 65 milhões tomaram uma dose, segunda Gao.
Especialistas dizem que misturar vacinas, ou imunização sequencial, pode reforçar as taxas de eficácia.
Ensaios em todo o mundo estão a analisar a mistura de vacinas ou administração de um reforço após um período mais longo.
Investigadores em Inglaterra estão a estudar a possível combinação de vacinas da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca.
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