"O número de violações registadas nas últimas duas semanas atingiu o seu nível mais alto desde o início do ano e foi três vezes maior" do que na quinzena anterior, anunciou a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa num comunicado na noite de quarta-feira.
Há várias semanas, Kiev e os separatistas pró-russos têm trocado acusações mútuas de multiplicação dos confrontos e Moscovo enviou dezenas de milhares de homens para as fronteiras ucranianas, aumentando o temor de uma operação militar em grande escala.
A missão da OSCE na zona do conflito também lamentou "um aumento significativo nas restrições e obstáculos à sua liberdade de movimentos", observando que nove voos de seus 'drones' de longo alcance foram "afetados por interferências", de acordo com a nota.
A situação na frente deteriorou-se rapidamente no início do ano, após um cessar-fogo excecionalmente amplo que foi observado no segundo semestre de 2020.
A Rússia reuniu dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia e na Crimeia, península que anexou em 2014, afirmando tratar-se de manobras militares devido à agressividade da Ucrânia e da NATO.
O Governo ucraniano teme que Moscovo esteja a tentar provocar um 'casus belli' (causa grave) na tentativa de justificar uma operação armada.
Considerada apoiante dos separatistas, a Rússia avisou que irá resgatar os seus cidadãos em caso de uma ofensiva ucraniana. A Rússia distribuiu centenas de milhares de passaportes russos para áreas controladas pelos rebeldes.
Este conflito já custou mais de 13.000 vidas desde 2014 e quase 1,5 milhões de deslocados.
A intensidade dos combates diminuiu bastante após a assinatura dos acordos de paz de Minsk em 2015, mas a resolução política do conflito não está a avançar.
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