A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou, esta sexta-feira, que recebeu informações e está analisar a existência de uma nova variante da Covid-19 na Índia.
A confirmar-se, esta poderá ser a responsável pelo aumento do número de infeções no país.
Esta variante terá duas mutações no seu genoma e foi descoberta no final de 2020 em dois estados indianos. Desde então, "a proporção de casos aumentou", afirmou a epidemiologista da OMS, Maria Von Kerkhove, numa conferência de imprensa em Genebra.
De referir que a Índia bateu hoje um novo recorde de casos diários. Nas últimas 24 horas foram registadas 200.739 novas infeções, elevando o total desde o início da pandemia para 14 milhões, o que mantém a Índia como a segunda nação mais afetada, só atrás dos Estados Unidos com 31 milhões. Esta foi a primeira vez que o país contabilizou as 200 mil infeções em 24 horas.
A descoberta da nova variante resulta de um trabalho de sequenciamento genético do coronavírus SARS-CoV-2 que está a ser realizado em todo o mundo e que visa detetar, o quanto antes, qualquer modificação do vírus que possa torná-lo mais transmissível, capaz de causar mais sintomas sérios ou tornar os testes, vacinas ou medicamentos ineficazes.
"Como sabemos, os vírus mudam, sofrem mutações com o tempo e essa é uma variante de interesse que estamos a acompanhar", disse a especialista.
Maria Van Kerkhove acrescentou que as mutações detetadas apresentam algumas semelhanças com outras já registadas e que podem causar mais infeções e, em alguns casos, "podem reduzir a neutralização, o que pode ter impacto em medidas como as vacinas".
A especialista disse que a OMS está a trabalhar com a Índia e outros países para aumentar o sequenciamento genético no mundo e detetar e avaliar as variantes de interesse e as consideradas "preocupantes".
Estas últimas são as variantes identificadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul e Japão, quase ao mesmo tempo que no Brasil.
"As vacinas continuam a trabalhar contra as variantes preocupantes e, em particular, contra os sintomas graves, e isso é importante dizer", enfatizou Van Kerkhove.
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