Presidente dos EUA diz que situação de Navalny é "totalmente injusta"
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou hoje "totalmente injusta" a situação do opositor russo Alexei Navalny, que está preso, doente e em greve de fome.
© Stefani Reynolds/CNP/Bloomberg via Getty Images
Mundo Navalny
"É totalmente injusto, totalmente injusto", disse Joe Biden aos jornalistas, que o questionaram sobre a situação do principal opositor do Kremlin, que deixou de comer no dia 31 de março em protesto pelas más condições em que se encontra detido, acusando os serviços prisionais de lhe negarem acesso a um médico e a medicamentos, apesar de sofrer de uma hérnia discal, segundo os seus advogados.
Alexei Navalny, 44 anos, sobreviveu por pouco no ano passado a um envenenamento por um agente neurotóxico que o deixou em coma. O opositor acusou o Kremlin e os serviços de segurança russos de serem responsáveis pelo envenenamento, o que estes negaram.
Passando o fim de semana na sua cidade natal de Wilmington, no Delaware, Joe Biden referiu-se ao "envenenamento e depois greve de fome" de Alexei Navalny.
Os médicos próximos do opositor russo exigiram hoje que lhes fosse permitido ver Alexei Navalny imediatamente, temendo que ele possa entrar em paragem cardíaca fatal "de um momento para o outro".
A médica pessoal de Alexei Navalny, Anastassia Vassilieva, e três outros médicos, incluindo um cardiologista, pediram o acesso imediato ao detido, de acordo com uma carta enviada aos serviços prisionais russos publicada hoje na conta da rede social Twitter da médica.
Segundo a médica, o nível de concentração de potássio no sangue de Alexei Navalny atingiu um nível "crítico", pelo que as funções renais estão comprometidas e podem ocorrer a qualquer momento problemas no ritmo cardíaco.
"Um paciente com níveis tão elevados de potássio deve ser observado nos cuidados intensivos, pois uma arritmia fatal pode desenvolver-se a qualquer momento. Morte por paragem cardíaca", escreveu o cardiologista Iarolav Achikhmine na sua conta na rede social Facebook.
Regressado à Rússia em janeiro, vindo da Alemanha, após cinco meses em convalescença, Alexei Navalny foi imediatamente preso e condenado a dois anos e meio de prisão devido a um antigo caso de fraude que ele denunciou como um caso político.
Os familiares do opositor anunciaram que estão a preparar uma grande manifestação de protesto e pedem a adesão da população.
Mais de 70 celebridades também apelaram para que Alexei Navalny recebesse os cuidados necessários, num artigo de opinião publicado no jornal francês Le Monde.
O Ministério Público russo pediu na sexta-feira que várias organizações ligadas a Alexei Navalny fossem declaradas "extremistas" e interditas na Rússia.
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