O incêndio ocorreu depois da explosão de garrafas de oxigénio "armazenadas sem respeito por condições de segurança" no hospital Ibn al-Khatib, em Bagdade, segundo fontes médicas citadas pela agência AFP.
Muitas vítimas estavam ligadas a ventiladores quando os tanques de oxigénio explodiram, causando um incêndio que rapidamente destruiu os tetos falsos do hospital, feitos de materiais inflamáveis, disseram bombeiros e médicos citados pela AFP.
Nas redes sociais circulam vídeos que mostram bombeiros a tentarem apagar o incêndio, enquanto doentes e familiares procuram escapar do prédio, localizado na periferia sudeste de Bagdade.
Por sua vez, a agência noticiosa estatal iraquiana, a INA, noticiou que o incêndio pode ter sido provocado por um curto-circuito ou pela explosão de botijas de oxigénio em mau estado.
Mais de 20 equipas de combate a fogos conseguiram apagar as chamas deste "incêndio massivo", segundo a Defesa Civil iraquiana, que informou em nota terem conseguido resgatar cerca de 90 pacientes durante a evacuação do centro.
Na nota acrescenta-se que dezenas de vizinhos ajudaram os pacientes, a maioria idosos e pessoas que estavam ligadas a ventiladores.
"O hospital não tinha sistema de proteção contra incêndio e os tetos falsos permitiam que o fogo se propagasse para produtos altamente inflamáveis", disse a Defesa Civil.
"A maioria das vítimas morreu porque foram deslocadas e privadas de ventiladores. Outras foram sufocadas pelo fumo", acrescentou.
A Comissão Pública Iraquiana para os Direitos Humanos pediu ao Governo que assumisse a responsabilidade pelo incidente e exigiu a demissão do ministro da Saúde, ao mesmo tempo que recordava as deficiências do sistema de saúde iraquiano, especialmente durante uma situação tão excecional como a pandemia de covid-19.
Depois da tragédia, a 'hashtag' "Demissão do Ministro da Saúde" estava no topo das palavras-chave do 'Twitter' no Iraque.
O governador de Bagdade, Mohammed Jaber, exigiu do Ministério da Saúde uma comissão de inquérito "para que aqueles que não fizeram o seu trabalho sejam levados à Justiça".
O primeiro-ministro Moustafa al-Kazimi, que declarou três dias de luto nacional, anunciou entretanto a abertura de uma investigação e pediu conclusões "dentro de 24 horas", após ter suspendido de funções o chefe da Saúde do setor oriental de Bagdade, o diretor do hospital e os chefes de segurança e manutenção técnica.
O Iraque ultrapassou na quarta-feira um milhão de casos de covid-19, mas, provavelmente por causa de sua população, uma das mais jovens do mundo, regista um número relativamente baixo de mortes.
No total, segundo o Ministério da Saúde, 1.025.288 iraquianos foram infetados desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, dos quais 15.217 morreram.
O Iraque recebeu um total de quase 650.000 doses de diferentes vacinas, quase todas em forma de doação ou por meio do programa internacional Covax, que visa garantir o acesso equitativo às vacinas.
Quase 300 mil pessoas já receberam pelo menos a primeira dose, segundo o Ministério da Saúde, que tenta convencer uma população muito cética em relação à vacina e que evita usar as máscaras desde o início da pandemia.
Leia Também: AO MINUTO: Máscaras e cravos no Parlamento; Itália proíbe vindas da Índia