"O Estado quebrou. (...) Todo o mundo vai procurar serviço público e não há capacidade instalada no setor público para isso. Vai ser impossível", declarou Guedes, durante uma reunião do Conselho de Saúde Complementar, citado pelo portal de notícias G1.
O ministro não responsabiliza a atual pandemia de covid-19 por tirar a capacidade de atendimento do setor público de Saúde, mas sim "o avanço na medicina" e "o direito à vida".
"Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 [anos]", declarou Guedes, acrescentando que "não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar" a procura crescente por atendimento médico.
O ministro da Economia declarou também que o poder público no Brasil gasta demasiado, sofre com corrupção e não sabe gerir bem o dinheiro público, prevendo que o setor privado responderá pela maior parte do atendimento na área da saúde no país, futuramente.
Essa mesma reunião ficou marcada por uma declaração polémica de Paulo Guedes, de que os chineses "inventaram" o novo coronavírus e que a vacina do país asiático contra a doença é "menos efetiva" do que o imunizante da Pfizer, dos Estados Unidos da América.
"O chinês inventou o vírus e a vacina dele é menos efetiva que a do americano. O americano tem 100 anos de investimento em pesquisa. Então 'os caras' [os sujeitos] falam: qual é o vírus? É esse? Está bom. Descodifica. Está aqui a vacina da Pfizer. É melhor que as outras", afirmou.
Guedes aparentou não saber que a reunião estava a ser gravada e transmitida em direto nas redes sociais. Ao ser informado, o ministro pediu para que o encontro não fosse publicado: "Não mandem para o ar, por favor", segundo a imprensa local.
Posteriormente, o vídeo foi apagado da página do Ministério da Saúde na rede social Facebook devido a um problema técnico, segundo justificaram membros do executivo.
A acusação de que a China teria inventado a covid-19 tem sido constantemente rebatida por Pequim, mas vários membros do Governo brasileiro, assim como filhos do Presidente, Jair Bolsonaro, têm defendido publicamente essa tese.
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, e o agora ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo chegaram a culpar a China pela disseminação do novo coronavírus, o que criou um mal-estar com Pequim.
Já Bolsonaro, um dos líderes mundiais mais céticos em relação à gravidade da pandemia, chegou a questionar a eficácia do imunizante chinês, referindo-se recentemente como "a vacina daquele país".
O Brasil enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, com 391.936 óbitos e 14.369.423 infeções.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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