"Apelamos à libertação imediata de todos os trabalhadores dos meios de comunicação social, o estabelecimento da liberdade de informação e de comunicação e o fim das restrições ao uso da internet, em Myanmar", refere o comunicado conjunto que assinala o dia da liberdade de imprensa.
O documento é firmado também pelas embaixadas de Espanha, Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, República Checa, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suécia e Suíça, acreditadas em Myanmar.
As embaixadas recordam que os jornalistas e trabalhadores e meios de comunicação social têm sido "alvo de repressão" no país.
Mais de 80 jornalistas foram presos no país desde o dia 01 de fevereiro, sendo que metade continua na prisão.
As embaixadas elogiaram "o trabalho dos que se esforçam para garantir o acesso à informação".
O comunicado critica as restrições impostas aos meios de comunicação social impedidos de difundir notícias depois das licenças terem sido retiradas pelos militares.
"Nenhum grande meio de comunicação social está a funcionar em Myanmar", recorda o documento internacional.
As embaixadas que subscreveram o documento referem que as ações da Junta Militar contra os jornalistas e cortes de internet violando "a liberdade de opinião e de expressão defendidas pela Declaração de Direitos Humanos".
"Vamos continuar a promover e a apoiar os meios de comunicação livres e independentes como dimensão integral da boa governação e do desenvolvimento humano. A liberdade de imprensa é um direito não apenas dos profissionais mas sim de todos", concluiu o texto.
De acordo com a Associação de Auxílio aos Presos Políticos de Myanmar, 765 pessoas morreram em confrontos com as forças da Junta Militar.
Desde o golpe de Estado foram presas 4.609 pessoas, 3.555 das quais continuam privadas de liberdade.
O Exército de Myanmar justificou o golpe de Estado alegando supostas fraudes eleitorais ocorridas nas eleições de novembro de 2020 em que venceu a Liga Nacional para a Democracia, de Aung San Suu Kyi.
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