Os ataques incluíram mortes, abuso sexual e físico, pilhagem e destruição de instalações e veículos de saúde, bem como a criação de obstáculos à prestação de serviços, tais como campanhas de vacinação e ambulâncias.
A situação já era grave antes da pandemia, porque o CICV já contabilizava uma média de 3.780 ataques aos sistemas de saúde entre 2016 e 2020 nos cerca de 33 países onde está presente todos os anos, devido a conflitos ou violência, particularmente em África e no Médio Oriente.
Os países onde se registou o maior número de incidentes foram o Afeganistão, a República Democrática do Congo, Israel e os territórios ocupados, e a Síria, embora os dados nestas áreas sejam frequentemente imprecisos e o número real de ataques seja provavelmente superior, disse o CICV.
"Há falta de vontade política e imaginação quando se trata de proteger os trabalhadores da saúde e os pacientes. Os Estados que querem ver progressos nesta matéria devem dar o exemplo", salientou Maciej Polkowski, chefe da iniciativa Cuidados de Saúde em Perigo do CICV, um programa para assegurar o acesso seguro aos cuidados de saúde em zonas de conflito.
A morte de 12 pacientes acamados no Sudão do Sul, depois de um grupo armado ter invadido e acusado a equipa médica do CICV de ajudar o inimigo, é um dos exemplos desses ataques.
Uma das enfermeiras da equipa explicou que um dos homens armados entrou na sala de operações e apontou-lhe uma espingarda AK-47 para ver se estavam a operar uma pessoa do inimigo, segundo o comunicado do CICV.
Tais situações também ocorreram durante a pandemia, por exemplo, num centro de saúde rural no sudeste da Colômbia, onde um grupo armado ameaçou um médico que tratou um paciente Covid-19 que acabou por morrer.
O CICV disse que as ameaças obrigaram o médico a deixar a região, deixando a área sem cuidados médicos.
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