"Estamos interessados em integrar a China nos organismos de multilateralismo", disse Merkel, durante um congresso virtual do grupo conservador no Bundestag (parlamento federal alemão) dedicado às relações transatlânticas.
A chanceler alemã defendeu a importância do acordo de investimento entre a China e a União Europeia -- que aguarda aprovação de Bruxelas - como "um instrumento necessário para alcançar a reciprocidade no acesso a este mercado".
"As relações internacionais são sempre uma combinação de valores e interesses políticos partilhados", continuou Merkel.
A chefe do Governo alemão salientou ainda a falta de direitos humanos na China, algo que recordou ter discutido em recentes consultas bilaterais com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang.
Estas questões, tal como o "comportamento agressivo" da Rússia, complicam, segundo Merkel, as relações com estes países, apesar de nem a Europa nem os EUA desejarem "um mundo dividido em blocos".
A cooperação com a China é necessária em termos de relações comerciais e face a desafios globais como as questões ambientais e do clima, defendeu Angela Merkel, elogiando "a vontade" da China de se empenhar na luta contra a crise climática e destacando a mudança de rumo nesta área em resultado da chegada ao poder do Presidente norte-americano, Joe Biden.
"O Presidente Biden já deixou claro o seu compromisso com a NATO e a Europa", declarou.
"A lealdade também é esperada da nossa parte, como parceiros", admitiu Merkel, reiterando o compromisso da Alemanha em aumentar progressivamente as despesas militares, uma questão que sucessivos presidentes dos EUA, como Barack Obama e Donald Trump, têm vindo a exigir a Berlim, com a diferença de que, no caso deste último, o tom se tornou hostil.
Angela Merkel expressou também a sua satisfação pelo facto de Biden ter invertido o plano anunciado por Trump para reduzir drasticamente o contingente de militares estacionados nas suas bases na Alemanha.
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