Myanmar: Governo de Unidade anuncia força para defender cidadãos

O executivo paralelo constituído pelas forças políticas em Myanmar que se opõem à Junta Militar, que levou a cabo um golpe de Estado em fevereiro, vai criar uma "Força de Defesa do Povo".

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Lusa
06/05/2021 07:25 ‧ 06/05/2021 por Lusa

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Golpe

 

O Governo de Unidade Nacional explicitou que esta força foi criada para garantir a segurança dos opositores da Junta, mas não adiantou se está preparada para se envolver em combates com os militares, segundo a agência japonesa Kyodo News.

Uma declaração subscrita pelo primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional de Myanmar, na quarta-feira, também não especificou detalhes sobre a "Força de Defesa do Povo".

O executivo constituído para fazer frente à Junta, que está no poder desde 01 de fevereiro, tem como objetivo a criação de um exército federal, constituído pelas minorias étnicas do país e que exigem mais autonomia.

O Governo de Unidade Nacional também já tinha dito que tem como responsabilidade acabar com o "terrorismo" dos militares e com a guerra civil que dura há sete décadas.

A Junta emitiu mandados de detenção contra vários oficiais do executivo paralelo, que estão acusados de traição e cuja pena em Myanmar (antiga Birmânia) é a morte.

O golpe militar em Myanmar seguiu-se à vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.

Os militares tomaram o poder alegando irregularidades no processo eleitoral do ano passado, apesar de os observadores internacionais terem considerado a votação legítima.

Desde então, milhares de pessoas têm-se manifestado contra os militares, sobretudo na capital económica, Rangum, e em Mandalay, a segunda maior cidade do país.

Os generais birmaneses têm intensificado o recurso à força para enfraquecer a mobilização a favor do regresso do Governo civil, com milhares de pessoas a descerem às ruas em desfiles diários.

Myanmar está à beira de um colapso económico, já que grande parte das atividades económicas estão paralisadas, devido às greves dos trabalhadores que fazem parte do movimento de desobediência civil que contesta a Junta Militar.

Além da situação interna, a economia de Myanmar é cada vez mais afetada pelas reações externas à violência crescente da Junta contra os manifestantes, enfrentando uma vaga de sanções económicas de potências ocidentais como os Estados Unidos e a União Europeia.

De acordo com a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP), desde a revolta militar 769 pessoas foram mortas pela junta e 3.677 estão detidas.

 

Leia Também: Myanmar: Cerca de 200 ONG pedem à ONU embargo de armas

 

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