A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, foi a primeira a atravessar a passadeira azul que encaminhava os participantes para a entrada no edifício da Alfândega do Porto, onde decorre o evento central da presidência portuguesa do Conselho da UE.
Pouco depois, Ana Mendes Godinho fez-se acompanhar do comissário europeu Nicolas Schmit, responsável pela pasta do Emprego e dos Direitos Sociais, do vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, e da secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, para, juntos, receberem os representantes políticos e institucionais da UE.
Após cumprimentar os comissários Schmit e Dombrovskis e as colegas de Governo Ana Mendes Godinho e Ana Paula Zacarias, o primeiro-ministro António Costa declarou que estão reunidas as condições para adotar um compromisso sobre o plano de ação.
Também a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, em declarações aos jornalistas pouco depois de chegar ao evento, sublinhou que este é "um dia muito marcante", pois, a partir de um "compromisso muito alargado entre os responsáveis políticos, os parceiros sociais e representantes da sociedade civil", será possível "colocar a Europa social no centro da recuperação".
Também a vice-presidente executiva da Comissão Europeia Margrethe Vestager disse esperar "um foco renovado sobre as questões sociais para que se tornem parte integrante da recuperação" da crise provocada pela pandemia de covid-19.
Para o primeiro-ministro, António Costa, anfitrião do evento, estão reunidas as condições políticas para se chegar a "um compromisso de apoio à execução do plano de ação dos direitos sociais", o principal objetivo da Cimeira Social.
Por sua vez, a presidente do executivo comunitário, Ursula Von der Leyen, disse acreditar que a Cimeira Social mostrará que "a Europa pode cumprir" com os objetivos a que se propôs, após um "ano muito duro" de pandemia.
Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, defendeu, perante os jornalistas, que a Europa social, "agora mais do que nunca, deve ser uma realidade" e salientou, por isso, que este evento organizado pela presidência portuguesa é um "momento importante para o projeto europeu".
A Europa Social está, assim, no centro do debate da Cimeira Social do Porto, um evento importante para da presidência portuguesa do Conselho da UE, que, desde a visita do Colégio de Comissários a Lisboa, em 15 de janeiro - que, ainda assim, contou com um grupo reduzido devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19 - não recebia um conjunto tão alargado de figuras europeias.
O aparato da Cimeira Social acabou por chamar a atenção dos portuenses que residem perto da Alfândega, que saíram às varandas para assistir ao momento e aguardavam curiosos as chegadas dos líderes europeus.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
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