"É necessário mais dinheiro e podermos decidir juntos para acompanhar as grandes transformações históricas que estamos a viver porque, se não for desta forma, é a adesão dos trabalhadores da nova geração e da sociedade que está em risco", vincou Macron numa sessão de trabalho paralela à Cimeira Social, que decorre esta sexta-feira, no Porto, intitulada "Qualificações e Inovação".
Além disso, o Presidente francês falou na importância de se "inventarem soluções" entre parceiros sociais e instituições ao nível do território para se acompanharem as atuais transformações.
Porque, de outra forma, existirão jovens com elevadas formações e sem as correspondentes ofertas de trabalho, sublinhou.
"Precisamos da Europa e da escada europeia para se obter financiamento complementar aos estados e o nível de reconhecimento que precisamos para conseguiremos o reconhecimento entre sistemas de formação, uma verdadeira mobilidade e um sistema que funcione a nível europeu", referiu.
O Presidente francês acrescentou que é também necessário reindividualizar os direitos, assim como uma nova cooperação.
Na sua opinião, até agora não se fez o suficiente para acompanhar a transformação humana.
A dificuldade do momento atual, nomeadamente os choques assimétricos e crises, tal como a da pandemia de covid-19, passa por uma transição demográfica e climática que "varre" setores da economia e obriga à criação de novos empregos.
Emmanuel Macron frisou que durante anos se explicou aos cidadãos que a abertura internacional era uma "aventura formidável", o que se traduziu em inovação e mudança, mas também em empregos extintos e deslocalizados porque nem sempre se soube acompanhar essa transformação.
A Cimeira Social decorre hoje no Porto com a presença de 24 dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos para definir a agenda social da Europa para a próxima década.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
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