"As próximas gerações da União Europeia querem uma resposta positiva não só à crise, mas também às enormes e disruptivas transformações que a Europa tem pela frente", afirmou Pedro Sánchez.
O chefe de Governo espanhol falava na Cimeira Social, na sessão de trabalho dedicada ao tema "Trabalho e empregos", que contou também com a participação do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
Na sessão, Pedro Sánchez destacou que será a próxima geração da UE a fornecer os instrumentos para "responder positivamente" aos desafios, nomeadamente, à transformação digital e transição ecológica.
"E, para tal, concordo com o primeiro-ministro português, António Costa, e com o primeiro-ministro italiano, Mário Draghi, é muito importante incorporar a perspetiva inclusiva nestas duas grandes transformações, nomeadamente, a perspetiva da igualdade de género e intergeracional", referiu, acrescentando ser também necessária uma "resposta muito forte" a nível político.
Sublinhando que 2020 foi um ano "terrível", mas também um ano em que se assistiu a "uma aceleração do processo de integração da União Europeia", Pedro Sánchez destacou a compra conjunta de vacinas contra a covid-19 pelos Estados-membros.
No entanto, lembrou que "a maior desigualdade hoje no mundo é o acesso à vacina" contra a covid-19.
"É por isso que considero que precisamos de sair deste debate não apenas partilhando conhecimento, mas também aumentando a distribuição da gestão e produção de vacinas", afirmou o chefe de Governo espanhol, acrescentando ter "apreciado" a posição tomada pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
Na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que apoiava a suspensão das patentes das vacinas contra a covid-19, uma proposta que tinha sido inicialmente avançada pela Índia e pela África do Sul na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ainda que políticos europeus como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ou o Presidente francês, Emmanuel Macron, se tenham mostrado disponíveis para debater a proposta, o governo alemão já se opôs à ideia, assinalando que "o fator limitativo na fabricação de vacinas é a capacidade de produção e os elevados padrões de qualidade, não as patentes".
Com o objetivo de harmonizar as posições, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou na quinta-feira que o tema será debatido pelos chefes de Estado e de Governo da UE durante a Cimeira do Porto.
A Cimeira Social decorre hoje no Porto com a presença de 24 dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia, reunidos para definir a agenda social da Europa para a próxima década.
Definida pela presidência portuguesa como ponto alto do semestre, a Cimeira Social tem no centro da agenda o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março, que prevê três grandes metas para 2030: ter pelo menos 78% da população empregada, 60% dos trabalhadores a receberem formação anualmente e retirar 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças, em risco de pobreza e exclusão social.
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