A decisão de "retomar oficialmente as suas relações diplomáticas" com Portugal foi anunciada pela direção político-militar da FLEC-FAC, num comunicado em que se afirma "disposta a fazer todo o possível para fazer da cooperação com o Governo português uma parceria estratégica".
O fim das "relações e contactos" com a Presidência e o Governo português tinha sido decretado em feveiro pela FLEC.
No comunicado hoje divulgado, a FLEC lembra que Cabinda e Portugal "têm muitos interesses em comum" e exorta o Governo de António Costa a "exercer pressão sobre o Estado angolano para que ponha termo à sua ocupação" naquele território e a "reconhecer o direito do povo de Cabinda à autodeterminação e à independência".
O reconhecimento de Cabinda como um Estado, por parte do Governo português, "enviará um sinal importante e claro à comunidade internacional", considera a FLEC.
O fim das "relações e contactos" com a Presidência e o Governo português foram anunciados a 08 de fevereiro, num comunicado em que a Frente de Libertação acusou os vários governos e presidentes da República de "intencionalmente sempre ignoraram o martirizado povo de Cabinda e os sucessivos apelos desta organização e da sociedade civil cabindesa".
Na data, a FLEC lamentou ainda que Portugal nunca tenha condenado Angola "pelas ininterruptas violações dos direitos humanos em Cabinda" e tenha apoiado "os três líderes da República de Angola desde 1975".
Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes fações, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que alega manter uma "resistência armada" contra a administração de Luanda.
Mais de metade do petróleo angolano, maior fonte de receitas do país, provém de Cabinda.
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