Jerusalém. Washington e Londres condenam ataques do Hamas contra Israel
Os Estados Unidos e o Reino Unido condenaram hoje os ataques do movimento Hamas contra Israel, denunciando a escalada de tensão em Jerusalém e juntando-se aos apelos da comunidade internacional para o fim da violência.
© Getty Images
Mundo Jerusalém
Novos confrontos opuseram hoje, na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, fiéis palestinianos e polícia israelita, causando mais de 300 feridos, a grande maioria palestinianos, após um fim de semana de violência na cidade.
Os Estados Unidos começaram por defender junto da ONU que uma mensagem pública não seria "oportuna nesta fase", quando o Conselho de Segurança se reuniu de emergência sem chegar a um acordo sobre uma declaração conjunta.
Contudo, nas últimas horas, Washington e Londres condenaram o lançamento de foguetes por parte do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, pedindo contenção, de forma a diminuir as tensões na região.
"Reconhecemos o direito legítimo de Israel de se defender, de defender o seu povo e o seu território", disse hoje o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price.
"O Reino Unido condena o lançamento de foguetes em Jerusalém e vários locais de Israel. A violência em Jerusalém e Gaza deve terminar. (...) Precisamos de uma redução imediata da escalada de todos os lados, travando os ataques à população civil", disse o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab.
Ao longo dos últimos dias, vários países condenaram os atos de violência e pediram uma solução que coloque fim aos dias de violência em Jerusalém.
França
A França alertou hoje para os riscos de uma "grande escalada" de tensão no Médio Oriente, pedindo contenção nos gestos e nas palavras.
"A França apela a todas as partes para que mostrem a maior contenção e se abstenham de qualquer provocação para permitir um regresso à calma o mais rápido possível", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
União Europeia
"Estamos profundamente preocupados com os recentes confrontos e com a violência", disse hoje Josep Borrell, responsável pela política externa da União Europeia (UE), pedindo para que "tudo seja feito para evitar o aumento das tensões".
No sábado, a UE tinha pedido às autoridades israelitas para agirem "com urgência" de forma a diminuir as tensões em Jerusalém.
"Os líderes políticos, religiosos e comunitários de todas as fações devem mostrar moderação e responsabilidade e fazer todo o possível para acalmar esta situação explosiva", acrescentou o porta-voz de Josep Borrell.
Alemanha
A diplomacia alemã pediu a colaboração das partes para encontrar uma solução de consenso.
"Só podemos pedir a todas as partes que neutralizem esta situação verdadeiramente explosiva. Ambas as partes podem ajudar", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas.
Turquia
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou hoje o que chamou de "terrorismo" israelita em Jerusalém, dizendo que fará tudo o que estiver ao seu alcance para "mobilizar o mundo, em particular o muçulmano, para acabar com o terrorismo e a ocupação israelita".
Irão
O Governo iraniano pediu às Nações Unidas, no sábado, para que condenassem o que chamou de "crime de guerra" cometido por Israel em Jerusalém.
"Não foi suficiente para o regime israelita roubar as terras e as casas das pessoas, criar um regime de 'apartheid' e recusar vacinar civis sob ocupação ilegal. Teve ainda que disparar sobre fiéis inocentes que se encontravam no interior da terceira mesquita mais sagrada do Islão", escreveu hoje o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, na sua conta da rede social Twitter.
Egito
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito, condenou hoje "veementemente a nova incursão de forças israelitas na mesquita de Al-Aqsa".
Outros países árabes
Vários países árabes, incluindo os que recentemente normalizaram as suas relações diplomáticas com Israel - Sudão, Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Bahrein - ou a Argélia, manifestaram apoio incondicional à causa palestiniana, denunciando as ações de força israelitas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão condenou no sábado as medidas tomadas contra os palestinianos em Jerusalém, considerando-as atos de "repressão".
Abu Dhabi pediu às autoridades israelitas para que "assumam a responsabilidade pela desaceleração" da violência em Jerusalém.
A Argélia condenou os "ataques racistas e extremistas registados na cidade ocupada de Al-Quds (a designação de Jerusalém em árabe)".
O Rei Abdullah II da Jordânia "condenou" no domingo "as violações israelitas e as práticas que levaram à escalada (das tensões) em torno da mesquita de Al-Aqsa".
Papa
O Papa Francisco pediu no domingo o fim da violência em Jerusalém.
"A violência só gera violência. É preciso parar estes confrontos", disse o Papa numa mensagem após a oração dominical, apelando às partes para que garantam "que a identidade multirreligiosa e multicultural da cidade sagrada possa ser respeitada e que a fraternidade prevaleça".
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