MNE destaca "avanços muito importantes" na relação com Reino Unido e EUA
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, sublinhou hoje que a relação entre a União Europeia, o Reino Unido e os Estados Unidos tem alcançado "avanços muito importantes" durante a presidência portuguesa do Conselho da UE.
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Mundo Augusto Santos Silva
Evocando "quatro áreas fundamentais" na dimensão externa da presidência portuguesa da UE, o ministro destacou a "necessária e possível triangulação entre a UE, o Reino Unido e os EUA", na qual afirmou registarem-se "avanços muito importantes".
Santos Silva, que falava na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, na Assembleia da República, reconheceu que "alguns desses avanços resultam de factos exógenos à presidência portuguesa", como a administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, "e a sua mudança no relacionamento com a Europa".
Mas, acrescentou, "há outros factos que têm diretamente a ver com o exercício da presidência" do Conselho da UE, nomeadamente "a gestão de saída do Reino Unido" do bloco comunitário.
"Conseguiu-se que essa saída fosse ordenada, que fosse bem organizada, e é responsabilidade da presidência do Conselho, através de um grupo de trabalho específico, assumido pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus [Ana Paula Zacarias], de monitorização da aplicação do acordo de saída", disse Santos Silva.
A presidência portuguesa conseguiu ainda "que o Parlamento Europeu desse o seu consentimento ao acordo de Cooperação e Comércio", alcançado nos últimos dias de 2020 e que estabelece o novo quadro de relações entre as duas partes no pós-'Brexit'.
Este acordo, assegurou, "está em vigor porque a presidência do Conselho imediatamente promoveu a sua aprovação no Conselho, o que quer dizer que os instrumentos indispensáveis para que não haja nenhuma rutura na relação política institucional ou na relação económica entre a UE e o Reino Unido estão no terreno".
Já em relação aos Estados Unidos, a presidência portuguesa tem "promovido o mais que pode" encontros entre a UE e a administração norte-americana, garantiu o governante, lembrando "a participação do secretário de Estado norte-americano [Antony Blinken] na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE", em fevereiro, e mesmo "uma nova participação" na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros desta segunda-feira, "desta vez do enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, o antigo secretário de Estado John Kerry".
"Contamos também que, no mês de junho, todo este processo culmine na realização de uma cimeira entre a UE e os EUA, em Bruxelas", disse`.
Há ainda "uma outra triangulação que a presidência portuguesa procura valorizar" desde que assumiu a tutela em janeiro passado, que é "o fortalecimento das relações antigas, sólidas e fortes entre a UE, África, e América Latina", apontou.
A esse propósito, "o fórum de investimento verde foi um êxito", considerou o ministro, referindo-se ao evento euro-africano realizado a 23 de abril sobre investimento sustentável.
"Foi um êxito do ponto de vista da reflexão e sobretudo do ponto de vista de ação. Foram assinados contratos no valor de 350 milhões de euros entre o Banco Europeu de Investimento [BEI] e vários países africanos para o desenvolvimento de iniciativas na área dos recursos naturais e na valorização desses recursos", acrescentou.
O indo-pacífico é também uma outra região para a qual a presidência portuguesa tem feito "questão de dirigir mais o olhar da UE", sobretudo em relação à Índia, país com o qual os líderes europeus se reuniram no sábado, a partir do Porto, após um Conselho Europeu informal.
"A reunião de líderes entre a UE e a Índia que se realizou no Porto, no passado sábado, foi um êxito num duplo sentido", considerou o ministro, lembrando os resultados obtidos desta reunião, nomeadamente o relançamento das negociações económicas com aquele país, bem como a aprovação de uma parceria para a conectividade.
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