Depois de Sahil Shah, de 13 anos, ter ficado infetado com Covid-19 em novembro do ano passado e por consequência ter ficado sem olfato, os pais procuraram por ajuda em tudo o que era sítio.
"Fomos ver neurologistas, neurocirurgiões, otorrinolaringologistas, e todos disseram que, se fosse para voltar, já teria voltado", começou por dizer o pai de Sahil, Pratik Shah, à Reuters.
Seis meses depois, o adolescente de Chicago, no estado norte-americano do Illinois, continuava sem conseguir cheirar ou saborear a comida e a família decidiu procurar ajuda num local improvável: uma perfumista. Mais especificamente em Sue Phillips, uma especialista em fragrâncias, de Nova Iorque, que já tinha ajudado a desenvolver perfumes para marcas como a Tiffany & Co, Lancome ou Elizabeth Arden.
Durante uma consulta típica, a mulher começa logo por esclarecer que não é "médica, cientista ou tão pouco uma química". Para ajudar alguém a recuperar o olfato, Sue utiliza um conjunto de 18 fragrâncias misturadas por ela especialmente. Começa com notas mais leves - como rosa, lavanda ou menta - numa tira perfumada de cada vez, que vai entregando ao cliente. Se não houver resposta, usa aromas mais fortes, como especiarias ou almíscar.
"O que acontece é que treino as pessoas, como gosto de dizer, a cheirar com o cérebro. Quando conseguem cheirar novamente é realmente incrível", explicou a especialista.
Depois de ter visitado Sue, o pai de Sahil disse que este agora já tem 25% do olfato. "É melhor do que zero", admitiu.
Leia Também: Perda do olfato pode ser explicada pela deterioração de órgão sensorial