Manifestações, greves e o aumento das tensões entre os militares e as fações étnicas marcam a situação no país desde o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro.
Membros da oposição juntaram-se a milícias locais munidas de armas artesanais para proteção das povoações contra as forças no poder que até ao momento provocaram a morte de 805 civis desde fevereiro, em todo o país.
Mindt, na região montanhosa do Estado de Chin, junto às fronteiras com a Índia e o Bangladesh, foram palco de confrontos intensos entre o Exército do recém-criado grupo Chinland Defense Force (CDF), próximo da oposição.
Para capturarem os rebeldes, os militares atacaram a povoação de Mindt com artilharia, de acordo com um porta-voz do CDF.
Na sequência dos ataques, "milhares" de habitantes foram obrigados a fugir, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
"O acesso das equipas humanitárias aos civis que fugiram ou aos que se mantêm nas casas onde residem é difícil por motivos de segurança", refere o OCHA, assinalando que "civis morreram ou ficaram feridos".
As ligações de Internet encontram-se bloqueadas na Birmânia e as informações sobre os combates demoram porque são necessárias verificações no terreno sobre a situação.
O acesso à zona é difícil e as populações rurais receiam represálias.
Após meados de março, dezenas de milhares de civis encontram-se deslocados devido ao escalar do conflito entre fações rebeldes e o Exército birmanês no norte e na zona leste do país.
A Junta Militar tomou o poder depois de ter acusado o partido vencedor das eleições - a Liga Nacional para a Democracia - de fraudes nas legislativas do passado mês de novembro.
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