Myanmar: Apelo civil pede fim de combates entre Exército e grupos armados

Habitantes da região ocidental da Birmânia lançaram hoje um apelo ao fim dos combates entre o Exército e grupos armados que provocaram milhares de deslocados nos últimos dias.

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Lusa
19/05/2021 13:58 ‧ 19/05/2021 por Lusa

Mundo

Golpe

 

Manifestações, greves e o aumento das tensões entre os militares e as fações étnicas marcam a situação no país desde o golpe de Estado militar de 01 de fevereiro.

Membros da oposição juntaram-se a milícias locais munidas de armas artesanais para proteção das povoações contra as forças no poder que até ao momento provocaram a morte de 805 civis desde fevereiro, em todo o país.

Mindt, na região montanhosa do Estado de Chin, junto às fronteiras com a Índia e o Bangladesh, foram palco de confrontos intensos entre o Exército do recém-criado grupo Chinland Defense Force (CDF), próximo da oposição. 

Para capturarem os rebeldes, os militares atacaram a povoação de Mindt com artilharia, de acordo com um porta-voz do CDF.

Na sequência dos ataques, "milhares" de habitantes foram obrigados a fugir, de acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).

"O acesso das equipas humanitárias aos civis que fugiram ou aos que se mantêm nas casas onde residem é difícil por motivos de segurança", refere o OCHA, assinalando que "civis morreram ou ficaram feridos". 

As ligações de Internet encontram-se bloqueadas na Birmânia e as informações sobre os combates demoram porque são necessárias verificações no terreno sobre a situação.

O acesso à zona é difícil e as populações rurais receiam represálias. 

Após meados de março, dezenas de milhares de civis encontram-se deslocados devido ao escalar do conflito entre fações rebeldes e o Exército birmanês no norte e na zona leste do país.

A Junta Militar tomou o poder depois de ter acusado o partido vencedor das eleições - a Liga Nacional para a Democracia - de fraudes nas legislativas do passado mês de novembro.

Leia Também: Myanmar: EUA aplicam sanções económicas a 13 membros do regime militar

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