Myanmar: Supremo julga líder deposta por violar Lei dos Segredos Oficiais

O Supremo Tribunal de Myanmar (antiga Birmânia) vai julgar a líder deposta por violar a Lei dos Segredos Oficiais, a acusação mais grave enfrentada por Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária desde o golpe de Estado.

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© KOEN VAN WEEL/ANP/AFP via Getty Images

Lusa
21/05/2021 07:39 ‧ 21/05/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

 

O mais alto tribunal do país vai assumir o caso, que até agora estava a ser tratado por um tribunal distrital em Rangum, a antiga capital, disse hoje à agência de notícias Efe um dos advogados da líder eleita, Khin Maung Zaw, acrescentando que as autoridades judiciais não explicaram as razões para esta mudança.

O Supremo Tribunal, com sede na capital, vai realizar a primeira audiência a 03 de junho.

O conselheiro económico da líder birmanesa - o australiano Sean Turnell, detido dias após o golpe de Estado de 01 de fevereiro - e três ministros do Governo deposto pelos militares serão julgados no Supremo Tribunal pelo mesmo crime.

Suu Kyi, de 75 anos, enfrenta ainda mais cinco acusações, que incluem a alegada importação ilegal de dispositivos eletrónicos, a violação das regras impostas para prevenir a covid-19, provocar alarmismo e incitamento a ofensas contra o Estado e ordem pública.

A líder deposta, que até agora não pôde encontrar-se pessoalmente com os advogados, deve comparecer em tribunal na capital pela primeira vez a 24 de maio.

As acusações contra Suu Kyi, que passou um total de 15 anos em prisão domiciliária durante a anterior junta militar (1988-2011), foram fortemente rejeitadas pelos advogados.

A Prémio Nobel da Paz (1991) também foi acusada de corrupção, mas até agora não foi apresentada qualquer acusação nos tribunais.

O processo contra Suu Kyi e outros membros do Governo eleito decorre no momento em que os protestos e o movimento de desobediência civil contra a junta militar continuam a ser reprimidos pelas forças de segurança, que fizeram pelo menos 810 mortos e detiveram mais de cinco mil pessoas.

O exército birmanês justifica o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro, que foram no entanto consideradas legítimas pelos observadores internacionais.

 

Leia Também: Myanmar: Apelo civil pede fim de combates entre Exército e grupos armados

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