Europa precisa de se tornar "fornecedor de segurança"
O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, sublinhou hoje a necessidade de a Europa se tornar um "fornecedor de segurança", defendendo, para tal, o desenvolvimento e o controlo das capacidades e tecnologias na indústria de defesa.
© Reuters
Mundo Thierry Breton
"A Europa precisa, mais do que nunca, de se tornar um fornecedor de segurança, o que implica desenvolver e controlar as nossas capacidades e tecnologias de defesa e reduzir também as nossas dependências", frisou Thierry Breton, na sessão de abertura de um seminário sobre Economia de Defesa Europeia, organizado pela idD - Portugal Defence no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Apontando a pandemia de covid-19 como "lembrete do risco de cadeias de abastecimento globais sobrecarregadas e de dependências industriais estratégicas", o comissário defendeu que a UE deve "repensar a sua capacidade de desenvolver, fabricar e manter de forma autónoma" as tecnologias de que necessita para o futuro.
Para tal, Thierry Breton explicou que a capacidade de ação da UE depende não da ação individual de cada país membro, mas da "vontade coletiva de unir forças, tanto a nível militar como industrial".
"Cada um dos 27 Estados-membros tem as suas próprias capacidades de defesa, mas nenhum Estado-membro pode esperar desenvolver sozinho todo o espetro de uma estratégia de capacidades de defesa" ou "manter uma base industrial de defesa abrangente para fornecer o equipamento de sistemas necessário e apoiar numa base estritamente nacional", justificou.
Segundo o responsável, o desenvolvimento de capacidades em matéria de defesa "só pode ser feito através do aumento da cooperação ao nível do continente, por meio do lançamento de novos programas colaborativos para sistemas de defesa de próxima geração".
O Fundo Europeu de Defesa representa, nesse sentido, uma "abordagem inovadora" para restabelecer a UE como "a ponta da cooperação de defesa industrial", destacou.
Este fundo, indicou, irá beneficiar indústrias "de todas as dimensões na UE", incluindo as pequenas e médias empresas (PME), e será destinado a "inovações revolucionárias", tornando a UE capaz de apoiar todas as etapas do processo de inovação, "desde a identificação de tecnologias disruptivas até à integração em equipamentos de defesa enquanto atrai 'startups'".
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