"A situação melhorou desde os picos de tensão, mas temos de continuar a trabalhar na alta diplomacia e discrição para restaurar plenamente as relações", disse hoje a ministra porta-voz do Governo espanhol, María Jesús Montero, na conferência de imprensa depois da reunião semanal do Conselho de Ministros.
Para o executivo de Madrid, o "objetivo principal" é o de manter boas relações com Rabat e "dar por concluída esta situação que nunca deveria ter ocorrido".
Madrid também afirma que "é sensível" às questões humanitárias levantadas pela chegada maciça de imigrantes ilegais na semana passada, quando cerca de 8.000 pessoas - das quais cerca de 2.000 menores - atravessaram ilegalmente a fronteira e chegaram a Ceuta.
Assim, "agora todas as energias estão concentradas em tentar assegurar que aqueles que vão regressar a Marrocos o façam com garantias e aqueles que permanecem em regime de proteção o façam em boas condições", disse a ministra.
Questionada sobre como podem as relações bilaterais ser afetadas com o que vai acontecer ao presidente da Frente Polisário, Brahim Ghali, que está num hospital em Logrono, Maria Jesús Montero salientou que o poder judicial "tem os mecanismos necessários" para fazer cumprir as suas decisões.
Marrocos já avisou que haverá "graves consequências" para as relações entre os dois países se o líder da Polisário abandonar Espanha sem comparecer primeiro perante o tribunal que já o convocou.
"O nosso trabalho é sempre facilitar e manter o mais absoluto respeito pelas ações que a justiça considera necessárias", disse Montero, antes de concluir que Madrid não prevê que a situação com Marrocos piore e afirmando que os problemas devem ser resolvidos "o mais rapidamente possível".
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