A ameaça de bomba que as autoridades da Bielorrússia usaram como justificação para desviarem o avião da Ryanair que transportava o jornalista dissidente Roman Protasevich para Minsk, no passado domingo, foi enviado depois do avião ter sido desviado da sua rota, informou a empresa tecnológica suíça Proton Technologies AG, citada pela Reuters.
O email foi enviado 24 minutos depois de as autoridades bielorrussas terem avisado a tripulação do avião de que havia uma ameaça de bomba.
Esta era de resto uma informação que constava no email com a alegada ameaça do Hamas, que foi divulgado ontem pelo Dossier Center, um grupo de investigação sediado em Londres.
A Proton não quis entrar em pormenores sobre o conteúdo da mensagem, mas referiu à Reuters que não viu “provas credíveis de que os argumentos das autoridades bielorrussas sejam verdadeiros”.
De recordar que as autoridades da Bielorrússia justificaram a ordem para o avião aterrar no aeroporto de Minsk – o aparelho estava em espaço aéreo bielorrusso após ter descolado de Atenas, na Grécia, e tinha como destino Vilnius, na Lituânia – devido a uma ameaça da autoria do Hamas de que havia uma bomba a bordo.
Após o avião ter aterrado, as forças de segurança bielorrussas detiveram o jornalista Roman Protasevich e a sua namorada, Sofia Sapega.
O Hamas negou qualquer envolvimento na alegada ameaça de bomba ao avião, e o ato da Bielorrússia foi condenado pelos líderes europeus, que têm acusado o governo de Alexander Lukashenko de pirataria.
Nesta altura a União Europeia está a preparar novas sanções ao regime bielorrusso, que podem ter como alvo as exportações de potássio e a passagem de gás russo pelo país, duas importantes fontes de receita.
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