Julgamento belga de ataque terrorista de 2015 em Paris decorrerá em 2022

O julgamento de 14 alegados cúmplices dos comandos 'jihadistas' que atacaram Paris em 13 de novembro de 2015 será realizado no Tribunal Criminal de Bruxelas, em 2022, anunciou o Ministério Público belga.

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Lusa
04/06/2021 15:53 ‧ 04/06/2021 por Lusa

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As autoridades belgas acreditam que estes 14 suspeitos terão prestado auxílio nos ataques terroristas que mataram 130 pessoas em Paris, em 2015, em três explosões separadas e tiroteios, o mais grave dos quais na sala de espetáculos Bataclan.

Na primeira audiência preparatória no tribunal de Bruxelas, que decorreu hoje, foi definida uma janela de seis semanas - de 14 de março a 22 de abril de 2022 - para a realização do julgamento.

Uma segunda audiência preparatória está marcada para outubro próximo e deverá especificar o ritmo das audiências, disse Eric Van Duyse, porta-voz do Ministério Público belga.

Os 14 arguidos, a maioria dos quais deve responder por "participação em atividades de grupo terrorista", são suspeitos de terem transportado ou alojado alguns dos autores dos ataques terroristas de 2015.

Preparados em grande parte na Bélgica, onde a célula 'jihadista' tinha meia dúzia de esconderijos, os ataques levaram muito rapidamente à abertura de uma investigação pelo departamento de antiterrorismo de Bruxelas.

Neste processo, denominado "Paris Bis", os investigadores apresentam todas as formas de apoio fornecidas aos autores dos ataques, incluindo Salah Abdeslam, o único membro sobrevivente dos comandos que atacou Paris, cuja fuga durou quatro meses até à sua prisão na capital belga, em 18 de março de 2016.

Um dos suspeitos, Abid Aberkane, será julgado por ter albergado o 'jihadista' fugitivo na casa da sua mãe, nos últimos dias antes da prisão.

Os outros réus também estão ligados à comitiva de Salah Abdeslam, do seu amigo Mohamed Abrini - "o homem do chapéu" que desistiu de se fazer explodir no momento dos ataques de Bruxelas (que provocou 32 mortos, em 22 de março de 2016) - ou na comitiva dos irmãos Ibrahim e Khalid El Bakraoui, dois dos homens-bomba que morreram neste duplo ataque perpetrado pela mesma célula 'jihadista'.

Entre os 14 suspeitos, dois devem ser julgados à revelia, já que nunca foram detidos, tendo provavelmente morrido na Síria, embora a justiça belga não tenha provas formais destas hipóteses.

No processo francês, 20 pessoas foram encaminhadas para um tribunal especial em Paris, onde o julgamento será realizado de 08 de setembro de 2021 até final de março de 2022.

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