Ex-líderes mundiais apelam ao G7 para apoiar vacinas nos países pobres

Um grupo de 230 antigos líderes mundiais, incluindo uma centena de ex-primeiros-ministros, apoiou uma petição promovida pela organização humanitária 'Save the Children' para que os países do G7 financiem a vacinação contra a covid-19 nas regiões mais pobres.

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© Issam Rimawi/Anadolu Agency/Getty Images

Lusa
07/06/2021 06:34 ‧ 07/06/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Gordon Brown, chefe do governo britânico entre 2007 e 2010, é um dos impulsionadores da iniciativa, na qual participam, entre outros, o também antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair, a ex-Presidente da Irlanda Mary Robinson, o antigo secretário-geral da ONU Ban-ki Moon ou o antigo primeiro-ministro do Paquistão Shaukat Aziz.

Antes da reunião desta semana dos líderes do G7 (sete países mais industrializados do mundo) na Cornualha, a organização 'Save the Children' salientou num comunicado que são necessários 66.000 milhões de dólares (54.266 milhões de euros) para que as vacinas cheguem a todo o mundo.

A organização internacional exige que os países mais desenvolvidos (Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Canadá e Japão, e União Europeia) contribuam para essa despesa "de acordo com a dimensão das suas economias".

"Que o G7 pague não é um ato de caridade, é uma forma de autoproteção, para deter a expansão da doença, evitar que (o vírus) sofra mutações e volte para nos ameaçar a todos", disse Gordon Brown.

O antigo primeiro-ministro estimou que o financiamento necessário equivale a 35 cêntimos por cada pessoa do Reino Unido por semana.

"É um pequeno preço a pagar pelo melhor seguro do mundo", disse Gordon Brown, acrescentando que "a poupança conseguida com a vacinação terá atingido nove mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros) em 2025".

A organização 'Save the Children' sublinha que enquanto no Reino Unido mais de 75% dos adultos já receberam pelo menos uma dose da vacina contra o novo coronavírus, em grande parte da África subsariana o nível de pessoas que foram imunizadas não é superior a 2%.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou no sábado que vai apelar aos líderes do G7 para unirem esforços para ajudar a vacinar o mundo inteiro contra a covid-19 até ao final de 2022.

"Apelo aos meus colegas líderes do G7 para que se unam para pôr fim a esta terrível pandemia e prometo que não permitiremos que a devastação provocada pelo coronavírus se repita", afirmou o líder do executivo britânico.

Com o país a acolher a cimeira entre os dias 11 e 13 deste mês, Boris Johnson defendeu que o encontro - o primeiro após o surgimento da pandemia - é uma "oportunidade crucial" para aproveitar a experiência das democracias mais influentes do mundo para ultrapassar a pandemia e impulsionar a recuperação económica.

'Save the Children' é uma organização não governamental de defesa dos direitos da criança que tem sede em Londres.

Leia Também: França defende que imposto sobre empresas deve ser "o mais alto possível"

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