Num texto publicado hoje sobre os objetivos para a reunião de líderes internacionais, que vai decorrer até domingo em Carbis Bay, na Cornualha, sudoeste de Inglaterra, no âmbito da presidência rotativa do grupo a cargo do Reino Unido, Boris Johnson propõe uma "agenda para a recuperação mundial".
"Quero que o G7 adote uma meta exigente, mas profundamente necessária: fornecer mil milhões de doses aos países em desenvolvimento para vacinar todas as pessoas do mundo até o final do ano que vem", propõe.
Os Estados Unidos já avançaram com a promessa de 500 milhões de doses, 200 milhões das quais até ao final de 2021, e o Reino Unido com 100 milhões, das quais 20 milhões ainda este ano.
A Organização Mundial da Saúde estima serem necessárias 11 mil milhões de doses para vacinar 70% da população mundial e travar a pandemia covid-19.
Atualmente, só 12% da população mundial foi imunizada com uma dose, mas alguns países com maior acesso às vacinas estão mais avançados do que outros.
Ainda no âmbito do G7, Johnson quer dos líderes internacionais um impulso para aumentar a resiliência da saúde mundial, acelerando o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e testes contra novos vírus de 300 a 100 dias.
"Precisamos de fortalecer a nossa capacidade coletiva de prevenir outra pandemia e dar um alerta imediato para ameaças futuras, incluindo a criação de uma rede de centros de vigilância - um Radar Pandémico Internacional", adianta.
O chefe do Executivo britânico alude ao impacto que esta pandemia teve na educação nos países em desenvolvimento, sobretudo de raparigas, muitas das quais corem o risco de não regressar à escola.
"A nossa meta comum deve ser conseguir mais 40 milhões de raparigas na escola até 2025. Vou pedir ao G7 e aos nossos convidados que contribuam mais para a meta da Parceria Global para a Educação de recolher cinco mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) para escolas no mundo em desenvolvimento", prometeu.
Por fim, quer unir os líderes dos países mais industrializados numa "revolução industrial verde", promovendo a recuperação económica da crise pandémica e combater as alterações climáticas, e assim reduzir para metade as emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e assim limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5 graus centígrados.
A cimeira do G7 decorre entre hoje e domingo, juntando presencialmente, pela primeira vez em dois anos, dirigentes dos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da União Europeia.
Sob a presidência do Reino Unido, para esta edição foram convidados o Secretário-geral da ONU, António Guterres, e os líderes da Austrália, África do Sul, Coreia do Sul e Índia, mas este último vai intervir por videoconferência.
A maioria dos participantes chega hoje à região, com a primeira sessão plenária, intitulada "Reconstruir Melhor da Covid-19", prevista para começar às 14:30 horas.
À noite, os líderes mundiais vão encontrar-se com o Príncipe Carlos, herdeiro do trono e ambientalista ativo, seguindo-se uma receção com a Rainha Isabel II, Príncipe Carlos e a mulher, Camilla, e os Duques de Cambridge, William e Kate.
Os trabalhos serão retomados no sábado, com sessões dedicadas à economia, política externa e saúde, concluindo no domingo com discussões sobre o ambiente.
Várias reuniões bilaterais são esperadas à margem, nomeadamente entre a União Europeia e o Reino Undo para discutir as divergências relacionadas com a aplicação na Irlanda do Norte do acordo para o Brexit.
A publicação do comunicado final e conferências de imprensa de conclusão da Cimeira estão previstas para o início da tarde de domingo.
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