Contudo, numa conferência de imprensa, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje que o seu Governo está "muito preocupado", apesar de ter salientando que desde segunda-feira à noite que os níveis de radiação na cidade eram normais.
Em Macau, "a partir das 4h00 do dia 15 de junho, de acordo com os dados das últimas 24 horas publicados pelo Gabinete Geofísico e Meteorológico (...), as medições de raios gama em Macau são normais", informaram também hoje os Serviços de Polícia Unitários (SPU), num comunicado divulgado apenas em chinês.
Os SPU sublinharam que estão em contacto com as autoridades da província de Guangdong, que prometeram notificar Macau "da ocorrência em tempo oportuno, de acordo com a classificação internacional de incidente nuclear e o estado de emergência nuclear nacional de quatro níveis".
As reações de Hong Kong e de Macau surgem um dia depois de a operadora da Central Nuclear de Taishan, na província de Guangdong, ter dito que estava a acompanhar uma "questão de desempenho" na central, mas que esta estava a funcionar dentro dos parâmetros de segurança.
A declaração da empresa foi feita após alguns 'media' noticiarem que a central poderia estar a sofrer uma fuga.
A central situa-se a cerca de 80 e 135 quilómetros de Macau e Hong Kong, respetivamente, o que significa que uma potencial fuga poderia ter impacto nestes territórios.
"No que diz respeito às notícias dos meios de comunicação social estrangeiros sobre uma central nuclear em Taishan, Guangdong, o Governo de Hong Kong está muito preocupado", disse Lam.
A central de Taishan é propriedade conjunta do Grupo de Energia Nuclear de Guangdong da China e da multinacional francesa Électricité de France, a principal proprietária da Framotome, que ajuda a operar a central.
A cadeia de televisão CNN informou na segunda-feira que a Framotome tinha escrito ao Departamento de Energia dos EUA um aviso de "ameaça radiológica iminente" e acusado as autoridades chinesas de aumentar os limites aceitáveis de radiação fora da central para evitar o seu encerramento.
A CNN disse que os funcionários norte-americanos acreditavam que a situação atual na central não representava uma grave ameaça à segurança.
A Électricité de France disse em comunicado na segunda-feira que tinha sido informada do aumento da concentração de "certos gases raros" no circuito primário do reator n.º 1 na central de Taishan.