A lei da amnistia de Macky Sall abrange os acontecimentos relacionados com os três anos de violência política vivida no Senegal, entre 2021 e 2024, que provocaram dezenas de mortos.
"Além de uma dotação orçamental para [indemnização] às vítimas, será proposto à vossa (...) assembleia, nas próximas semanas, uma proposta de lei para revogar a lei de amnistia aprovada em 06 de março de 2024, para que toda a luz possa ser lançada e as responsabilidades assumidas por todas as partes", afirmou Sonko durante o seu discurso geral aos deputados.
"Não se trata de uma caça às bruxas, muito menos de vingança (...) trata-se de justiça, o pilar sem o qual não se pode construir a paz social", acrescentou o líder do executivo senegalês.
O Governo já se tinha comprometido a esclarecer estes factos.
O Presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, foi eleito no final de março, após três anos de confrontos com o Governo do Presidente Macky Sall (2012-2024), que provocaram dezenas de mortos, segundo as ONG e a oposição da época.
Eleito em 2012 e reeleito em 2019, Macky Sall manteve em 2024 a indefinição sobre a sua candidatura a um terceiro mandato. Esta possibilidade de recandidatura foi objeto de uma forte contestação da oposição em nome do respeito pela Constituição do Senegal, país vizinho da Guiné-Bissau.
Antes das eleições, foi aprovada uma lei da amnistia, uma iniciativa de Sall para aliviar a situação. Esta lei permitiu que centenas de pessoas fossem libertadas da prisão, incluindo o atual Presidente e o seu primeiro-ministro.
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