China desmente fuga de gases de central nuclear próxima de Macau

A empresa chinesa que opera a central nuclear de Taishan, próximo de Macau e Hong Kong, negou hoje a fuga de gases decorrentes da fissão e garantiu que os indicadores nas instalações e arredores estão normais, noticiou a imprensa oficial.

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Lusa
15/06/2021 09:31 ‧ 15/06/2021 por Lusa

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China

 

Num comunicado, citado pelo jornal oficial em língua inglesa Global Times, a firma estatal China General Nuclear Power Corporation (CGN) afirmou que os indicadores de operação dos dois reatores do tipo EPR (Reator Pressurizado Europeu, na sigla em inglês) permaneceram dentro dos limites estabelecidos pelos regulamentos de segurança nuclear do país.

O comunicado surgiu em resposta a uma informação do canal norte-americano CNN, segundo a qual o Departamento de Energia dos Estados Unidos recebeu uma carta da empresa francesa Framatome, na qual alertou para uma "ameaça radiológica iminente" em Taishan, no sudeste da China.

A CNN assegurou que as autoridades chinesas estavam a elevar os limites aceitáveis de radiação nas redondezas da central para evitar o seu encerramento.

A Framatome é uma subsidiária do grupo estatal francês EDF, que é sócio minoritário (30%) da sociedade conjunta que opera a usina, TPNJVC, na qual a CGN detém os 70% restantes.

Em comunicado, divulgado na segunda-feira, a EDF afirmou ter sido informada do "aumento da concentração de determinados gases no circuito primário do reator número 1 da central nuclear de Taishan", embora esta presença fosse um "fenómeno conhecido, estudado e previsto nos procedimentos operacionais dos reatores".

O grupo francês afirmou que continua em contacto com as equipas do TNPJVC, para aconselhamento, e que solicitou uma reunião extraordinária do conselho de administração para avaliar "todos os dados" e tomar as "decisões necessárias".

Em outro comunicado, a Framatome garantiu que está a "apoiar a resolução de um problema de desempenho" da central nuclear e que, "segundo os dados disponíveis, a central está a operar dentro dos parâmetros de segurança".

Os especialistas da subsidiária EDF estão a avaliar a situação para "propor soluções" que resolvam "quaisquer potenciais problemas".

O reator Taishan No.1 foi o primeiro EPR - uma tecnologia desenvolvida pela Framatome - a entrar em serviço no mundo, em dezembro de 2018, enquanto o segundo está ativo desde setembro de 2019.

Na região autónoma de Hong Kong, localizada a cerca de 130 quilómetros a leste da central nuclear, a chefe do Governo local, Carrie Lam, falou hoje de "grande preocupação" com as informações, embora as autoridades da cidade não tenham detetado anormalidades radioativas, segundo a televisão pública RTHK.

Lam disse que Hong Kong está a medir constantemente os níveis de radiação e enviou uma mensagem de calma: "Tudo está normal e de acordo com os padrões relevantes".

Leia Também: Macau e Hong Kong com níveis de radiação normal após suposta fuga nuclear

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