A decisão, tomada a pedido de organizações civis e líderes religiosos do estado, foi tomada depois de as Nações Unidas terem alertado para a dramática situação dos deslocados, incluindo crianças, devido à falta de alimentos, medicamentos e abrigo.
O relator especial da ONU para os Direitos Humanos em Myanmar, Tom Andrews, avisou na semana passada sobre o risco de mortes em massa devido à falta dessas condições.
Andrews afirmou que há relatos de que o exército birmanês está a bloquear a chegada de ajuda humanitária aos civis, enquanto os soldados da Junta Militar, que tomou o poder em 01 de fevereiro num golpe de estado, foram acusados de colocar minas antipessoais no terreno.
Os mais de 100.000 deslocados pelos combates entre o Exército e as milícias estão em áreas florestais ou fugiram para o estado vizinho de Shan.
Além da Força de Defesa do Povo Karen, as Forças Armadas de Myanmar enfrentam outras milícias civis formadas a partir do golpe de Estado, algumas delas sob a autoridade do governo alternativo pró-democrático, e intensificaram os conflitos com as guerrilhas étnicas, que reclamam maior autonomia para as suas regiões.
Pelo menos 863 civis morreram desde a revolta pela brutal repressão das forças de segurança contra as manifestações pacíficas de oposição ao comando militar, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).
O exército birmanês justificou o golpe de estado por uma suposta fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, nas quais o governo liderado por Aung San Suu Kyi venceu, tal como em 2015, e que foram consideradas legítimas por observadores internacionais.
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