Covid-19: África é o maior beneficiário de doações de vacinas pela China
África é a região que mais beneficiou das doações chinesas de vacinas contra a covid-19, mas permanece em último lugar entre as regiões que utilizam inoculações desenvolvidas por farmacêuticas do país asiático, segundo uma consultora.
© Luke Dray/Getty Images
Mundo Pandemia
De acordo com os dados da Bridge Consulting, que tem sede em Pequim, a China forneceu vacinas a um total de 95 países, distribuídos por quatro regiões.
A Ásia - Pacífico recebeu o maior número de vacinas chinesas, compondo mais de metade das doses entregues pela China. América Latina e Europa surgem no segundo e terceiro lugar, respetivamente.
África surge em último lugar, mas, em contraste com as outras regiões, o número de vacinas doadas pela China a África supera o número de doses vendidas.
No conjunto, 33 países africanos receberam vacinas doadas ou vendidas pela China, incluindo Angola e Moçambique, segundo a mesma fonte.
A China entregou já um total de 20 milhões de doses a África, de 44 milhões prometidas.
Como parte da Cooperação Sul - Sul, a China comprometeu-se, em fevereiro passado a fornecer vacinas contra a covid-19 ao continente africano.
Além dos acordos bilaterais com os países africanos, a China também tem entregado vacinas a África através da iniciativa Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde.
O Brasil é o maior comprador das vacinas chinesas na América Latina, segundo os dados distribuídos pela Bridge Consulting.
No total, Brasília adquiriu 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac, que realizou testes de Fase 3 no país.
Os resultados dos testes, divulgados pelo Instituto Butantan, com sede em São Paulo, revelaram que a vacina da Sinovac tem 50,7% de eficácia na prevenção de infeções sintomáticas e 83,7% na prevenção de casos ligeiros que precisam de tratamento, o que tem gerado debates sobre o uso da vacina.
O Brasil também está a fabricar vacinas da Sinovac localmente usando ingredientes ativos enviados da China.
A distribuição de vacinas contra a covid-19 ganharam especial dimensão numa altura em que a China e vários países ocidentais lutam por influência em diferentes partes do globo.
O grupo de países que compõe o G7 adotou, este domingo, um plano para dar mais de mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19 até o final de 2022, com o objetivo de erradicar a pandemia a nível mundial.
Os Estados Unidos anunciaram nos últimos dias a doação de 500 milhões de doses da vacina da Pfizer por 92 países em desenvolvimento, 200 milhões das quais até ao final do ano, e o Reino Unido 100 milhões de vacinas excedentárias, das quais 30 milhões até ao final de 2021.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.824.885 mortos no mundo, resultantes de mais de 176,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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