Bruno Garcia-Cruciani foi condenado, na quarta-feira passada, a prisão perpétua pela morte de Julie Douib, uma mulher morta a 3 de março de 2019 pelo ex-companheiro.
Julie e Bruno tinham uma relação marcada por sucessivas discussões, relatando amigos próximos que o homem mantinha a mulher presa. Este teria, inclusive, expulsado Julie várias vezes de casa até que esta decidiu, após 12 anos de vida em comum, abandonar a casa onde viviam. Quando o fez, Bruno matou-a a tiro, em Ile-Rousse, França.
A morte de Julie revoltou o país e deu o mote a vários protestos contra o feminicídio.
Na semana passada, um tribunal da cidade de Bastia rejeitou a alegação de que se teria tratado de uma morte acidental e considerou que Bruno agiu de forma premeditada. Por esse motivo, condenou o suspeito a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Julie e Bruno tinham dois filhos.
Julie, que tinha 34 anos na altura da sua morte, foi uma das 146 vítimas a morrer naquele ano nas mãos dos companheiros ou ex-companheiros. A sua morte causou grande revolta, uma vez que se considerou que o Estado falhou em proteger a mulher, dado que esta denunciou por diversas vezes os abusos dos quais era vítima.
O seu caso levou os legisladores franceses a introduzirem o uso de pulseiras eletrónicas de localização para agressores de violência doméstica. França prometeu também melhorar a formação da polícia para lidar com casos de violência doméstica e criar novos locais de abrigo para as vítimas.
Em 2020, o número de mulheres mortas por um atual ou antigo parceiro no país caiu para 90.
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