"O que os EUA estão a fazer é alterar a segurança na região e serão uma das vítimas dessa insegurança", advertiu o porta-voz iraniano do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Said Jatibzadeh.
Na conferência de imprensa semanal, o porta-voz aconselhou Washington a retificar as suas políticas e deixar de interferir nos assuntos internos da região com "comportamentos emocionais e criando crises e tensão".
"Infelizmente, o que assistimos é que a Administração norte-americana continua com políticas fracassadas, não só na questão das sanções, mas também em assuntos regionais", acrescentou.
Por outro lado, o exército iraquiano denunciou hoje os ataques dos EUA contra milícias pró-Irão no Iraque, classificando-os como uma "violação flagrante da soberania" do seu país.
"Reiteramos a nossa recusa em ver o Iraque como base para acerto de contas e estamos comprometidos com o nosso direito de impedir que o país seja usado como um campo de agressões e batalhas", pode ler-se no comunicado, apelando à "contenção" e para "evitar a escala".
Ataques aéreos norte-americanos mataram no domingo quatro civis na Síria, incluindo uma criança, e combatentes pró-Irão no Iraque, que ameaçaram "vingar os mártires".
Os Estados Unidos anunciaram, no domingo, um ataque a milícias apoiadas pelo Irão no Iraque e na Síria, em resposta ao aumento de ataques de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] contra os seus interesses no Iraque.
Um "punhado de combatentes" morreu nas operações, segundo os paramilitares do Hachd al-Chaabi (Forças de Mobilização Popular).
"Já dissemos que não ficaríamos calados perante a presença das forças de ocupação norte-americanas que vão contra a nossa Constituição e o voto dos deputados. Vingaremos o sangue dos nossos mártires", acrescentou a coligação, que reúne todas as forças pró-Irão no Iraque, em que algumas dessas fações agem por vezes fora da estrutura do Hachd.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, explicou em comunicado que, por ordem do Presidente, Joe Biden, as forças norte-americanas realizaram bombardeamentos "de precisão" de caráter defensivo contra instalações de grupos armados apoiados por Teerão.
Os ataques aéreos foram contra centros de armazenamento de armas e de operações, dois deles na Síria e um no Iraque.
Este é o segundo bombardeamento deste género realizado pelos EUA em território sírio contra alegadas posições de milícias pró-iranianas desde que Biden chegou ao poder.
No final de fevereiro, a aviação norte-americana bombardeou posições e um carregamento de armas de milícias iraquianas apoiadas pelas Forças de Mobilização Popular e pelo Kataib Hezbollah.
Naquela altura, várias fontes estimaram que o número de mortos nessa ação tenha ficado entre um e 22.
Os interesses norte-americanos no Iraque têm sido alvo de repetidos ataques nos últimos meses.
Os EUA acusam sistematicamente fações pró-Irão, principalmente as Forças de Mobilização Popular, de serem responsáveis.
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