Kristersson tinha recebido o mesmo encargo na terça-feira, mas hoje renunciou, após constatar que não tem os apoios necessários para ser eleito pelos deputados, e devolveu o mandato ao presidente do Parlamento, Andreas Norlen.
Norlen disse que Lofven deve responder até segunda-feira dizendo se consegue reunir apoio suficiente no parlamento, de 349 assentos, para formar Governo.
"A minha mensagem continua a ser que o Partido Social-Democrata e eu estamos prontos para assumir a responsabilidade, juntamente com outras forças construtivas, de levar o país para a frente", referiu Lofven, em comunicado.
Norlen disse na terça-feira que a sua intenção é que, até ao final de julho, haja um novo Governo ou que se tenham celebrado quatro votações fracassadas no Parlamento, o que significaria a convocação automática de eleições extraordinárias.
Lofven, de 63 anos, o primeiro governante sueco a cair por causa de uma moção de censura, tinha até segunda-feira passada para decidir se convocava eleições extraordinárias (as primeiras desde 1958) ou se renunciava ao cargo, o que fez devido à situação gerada pela pandemia de covid-19 e à proximidade das eleições gerais.
A moção foi possível porque o Partido de Esquerda, aliado externo do primeiro-ministro, somou os seus votos aos da extrema-direita, dos conservadores e dos democratas-cristãos.
Lofven governou em minoria graças a um acordo assinado em janeiro de 2019 com liberais e centristas, que permitiu isolar os Democratas Suecos, de extrema-direita, a terceira força parlamentar.
A Esquerda -- que ficou fora do pacto governamental, mas ao qual garantiu maioria parlamentar - tinha avisado em 2019 que retiraria o seu apoio se fossem cumpridos dois pontos do acordo entre centristas e liberais: as reformas do mercado de trabalho e o novo regime de rendas.
Conservadores e democratas-cristãos modificaram a sua posição há um ano e concordaram em governar no futuro com o apoio dos Democratas Suecos, opção que o Partido Liberal validou.
Lofven poderia ter conseguido uma maioria - no caso hipotético de chegar a um acordo que satisfizesse tanto os centristas quanto a esquerda - embora os centristas reiterem agora a sua intenção de não se entenderem com a esquerda ou com a extrema-direita.
Ainda assim, ter uma maioria no Parlamento não é um requisito essencial na Suécia para ser eleito primeiro-ministro, bastando não contar com uma maioria contra.
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