O encontro durou pouco mais de uma hora e não foram prestadas declarações à imprensa, segundo a agência de notícia angolana ANGOP.
A página oficial da presidência angolana no Facebook salienta numa nota, a propósito do encontro, os "sérios desafios de segurança" que a RCA enfrenta "com numerosos grupos insurgentes a combater as autoridades".
"Um embargo de armas foi decretado contra o Governo [da RCA] há vários anos pela comunidade internacional e existe um esforço diplomático no âmbito da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL) no sentido de se levantar tal proibição, defendendo-se que as circunstâncias que haviam levado à drástica medida já não são as de hoje", acrescenta a mesma nota.
João Lourenço, atualmente presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), de que a República Centro-Africana é membro, defendeu no mês passado, numa sessão do Conselho de Segurança da ONU, o fim do embargo de armas imposto à República Centro-Africana.
"De acordo com o Presidente João Lourenço, o embargo não se justifica, porquanto as autoridades daquele país têm o direito de garantir a segurança e a defesa da integridade territorial do Estado", refere a ANGOP.
Além de Angola e da RCA, são membros da CIRGL, Burundi, República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Ruanda, Uganda, Zâmbia, Quénia e República do Congo,
Este ano, Luanda já acolheu duas mini-cimeiras de Chefes de Estado e de Governo com o objetivo de contribuir para a pacificação e estabilidade na RCA.
A RCA, segundo país mais pobre do mundo segundo as Nações Unidas, é palco de conflitos há vários anos, incluindo por uma guerra civil iniciada em 2013, mas que diminuiu de intensidade desde 2018.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Portugal tem atualmente 241 militares na RCA, dos quais 183 integram a Minusca.
Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela União Europeia, até setembro deste ano.
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