Fundação relança campanha de ajuda a crianças face aos efeitos da guerra
O agravamento da crise económica na Síria levou hoje a Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) a anunciar o realçamento em Portugal da campanha 'Uma Gota de Leite', iniciativa que considera "imprescindível para permitir a alimentação de bebés e crianças".
© Reuters
Mundo Síria
Segundo informação da Fundação, "a campanha foi concebida para permitir o fornecimento de leite em pó para as crianças da Síria e isso está a acontecer em Homs, desde 2015, e em Alepo, desde 2017".
Face ao agravamento da crise económica "que está a tornar o dia-a-dia das famílias sírias ainda mais difícil", a Fundação AIS relançou agora esta campanha em Portugal.
A diretora do secretariado português da Ajuda à Igreja que Sofre, Catarina Martins de Bettencourt, disse que "é raro o dia" em que a instituição não recebe "uma carta ou um telefonema de alguém a querer ajudar as crianças de Alepo ou de Homs, a querer dar leite para os meninos da Síria".
"Estou certa de que, se depender de nós, da generosidade dos portugueses, esta campanha irá continuar sempre a alimentar as necessidades destas crianças e bebés da Síria", acrescentou, citada numa nota da Fundação.
Por seu turno, a Irmã Maria Lúcia Ferreira, religiosa portuguesa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia, e que vive num mosteiro na vila de Qara, em mensagem enviada esta semana para a Fundação AIS, em Lisboa, dava conta de que a moeda síria "tem vindo a desvalorizar-se cada vez mais, os preços aumentam, nem o queijo já se consegue comprar...".
Segundo a religiosa portuguesa, mais conhecida como Irmã Miri, "agora, para se conseguir comprar pão é preciso ir para a fila da padaria às cinco da manhã, senão depois já não há...".
Já em abril, a freira alertara para as primeiras falhas no abastecimento de pão na Síria.
"Começa a faltar o pão. Há muita gente que sobrevivia porque o governo tabelou o preço muito baixo para que todos pudessem ao menos comer pão. O preço continua baixo, relativamente baixo, mas o pior é que começa a não haver para todos. É preciso esperar quatro dias para se ter um saco de pão que tem oito pães achatados. Ora, uma grande família não pode subsistir assim", explicava esta religiosa há cerca de dois meses.
A Síria está em guerra desde há dez anos e está sujeita a sanções económicas impostas ao regime de Bashar al-Assad.
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