O encontro, que decorreu de novo em Bruxelas, foi o segundo com a presença dos líderes de Belgrado e Pristina no espaço de um mês.

As relações entre os dois vizinhos dos Balcãs permanecem complicadas, mais de 20 anos após a sua separação na sequência de um conflito armado que acabou por envolver a NATO.

"A reunião foi difícil e demonstrou abordagens muito distintas das duas partes sobre uma normalização das relações entre o Kosovo e a Sérvia", reconheceu o representante da UE, o diplomata eslovaco Miroslav Lajcak.

"Em consequência, registámos hoje muito poucos progressos", acrescentou.

Belgrado recusa reconhecer a independência da sua antiga província do sul autoproclamada em 2008, cerca de dez anos após a guerra, que terminou na sequência da intervenção aérea da NATO contra a Sérvia e a assinatura de um acordo que institui um "protetorado internacional" no Kosovo, uma região com maioria de população albanesa.

O Presidente sérvio Aleksandar Vucic acusou o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, de ter rejeitado as propostas da UE designadamente destinadas a intensificar os esforços de identificação das pessoas desaparecidas durante o conflito.

Albun Kurti, membro do movimento nacionalista de esquerda Vetevendosje (VV), no poder após as legislativas de fevereiro, lamentou por sua vez que o líder sérvio tenha rejeitado "sem o ler" um acordo de paz de seis pontos que tinha proposto.

Apesar do impasse, os dois dirigentes aceitaram o prosseguimento das negociações e aceitaram reencontrar-se em setembro, segundo informou Lajcak.

A UE e os Estados Unidos têm pressionado as duas partes para o recomeço das discussões após a alteração da liderança no Kosovo.

O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os EUA que mantém uma forte influência sob a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE.

A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território, e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China.

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