"Perante as dúvidas que subsistem, eu sou da opinião que as coisas devem ser completamente esclarecidas. Por essa razão eu concordo com uma recontagem dos votos. Concordo por uma simples razão: eu não quero ir para uma segunda volta com qualquer tipo de suspeição, eu não me sentiria confortado, estando numa segunda volta com suspeitas de os resultados terem sido fraudados por uma ou outra candidatura, ou por quem quer que seja", disse Guilherme Posser da Costa, candidato apoiado pelo principal partido do Governo, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata (MLSTP-PSD).
Segundo dados provisórios divulgados pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN) na segunda-feira, Posser da Costa teve 20,75% dos votos (16.829 votos) e passa à segunda volta, prevista para 8 de agosto, com Carlos Vila Nova (apoiado pela Ação Democrática Independente, oposição), que venceu as eleições, com 39,47% dos votos (32.022 votos). Em terceiro lugar ficou Delfim Neves, presidente da Assembleia Nacional e apoiado pelo Partido de Convergência Democrática, no poder, com 16,88% (13.691 votos).
Um total de 19 candidatos disputou, no domingo, o cargo de Presidente da República. Horas depois de divulgados os resultados, várias candidaturas queixaram-se de fraudes, particularmente a candidatura de Delfim Neves, presidente da Assembleia Nacional (parlamento são-tomense) que denunciou o desaparecimento de cerca de 4. 500 votos expressos nas urnas.
Delfim Neves tem defendido a recontagem de votos e já admitiu pedir a anulação do ato eleitoral.
"Com algum sentido de Estado que eu tenho e porque os meus votos foram legítimos, eu quero ser o presidente da República Democrática de São Tomé e Príncipe limpo de qualquer tipo de suspeitas de fraudes", disse Posser da Costa, advogado de 67 anos, e antigo primeiro-ministro.
Para Posser da Costa, estas eleições foram "aparentemente tranquilas, mas sendo que existe essa névoa, essa dúvida, essa suspeição", disse concordar que "haja uma recontagem dos votos para que fique tudo claro, para o bem e consolidação da democracia".
Também o candidato mais votado já questionou os resultados conhecidos até agora, depois de ter afirmado que, pelas informações de que a sua candidatura dispunha durante a contagem de votos, teria sido eleito à primeira volta.
A Comissão Eleitoral Nacional (CEN) ainda não se pronunciou sobre todas estas contestações surgidas depois da publicação dos resultados provisórios.
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