Colômbia pede que a Venezuela seja declarada país promotor do terrorismo
A Colômbia pediu hoje aos EUA que declarem a Venezuela como país promotor do terrorismo por alegadamente "proteger" guerrilheiros colombianos do Exército de Libertação Nacional (ELN) e do Grupo Armado Residual (Gaor 33, composto por dissidentes das FARC).
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Mundo América Latina
O pedido foi feito pelo Presidente da Colômbia Iván Duque, durante o III Seminário Internacional de Análise e Prevenção do Terrorismo Urbano, que decorre em Bogotá, com a participação do embaixador norte-americano Philip Goldberg.
"É evidente que a anuência do regime ditatorial da Venezuela justifica uma declaração de parte dos Estados Unidos, também como um país que promove o terrorismo. E o objetivo dessa declaração não é apenas revelar esta relação conivente e perniciosa, mas também para que possam tomar um caminho: ou continuar a patrocinar o terrorismo ou entregar o terrorismo às autoridades dos países que os estão buscando", disse Iván Duque.
O pedido foi feito depois de o Presidente da Colômbia afirmar que "há países que albergam, no seu território" os responsáveis pelo atentado recente contra o helicóptero em que viajou e contra uma base militar colombiana.
"O Gabor 33, por dar um exemplo, está protegido em território venezuelano, Iván Márquez (dissidente das FARC) está na Venezuela, Romaña (Edision, dissidente das FARC), está na Venezuela. E estão lá também António Garcia (ELN) e Pablito (Carlos Emílio Marín, do ELN), por apenas mencionar alguns", disse Iván Duque.
Segundo o Presidente da Colômbia "o terrorismo é uma ameaça global, que se tem feito sentir em distintos momentos da história da humanidade" e destacou que depois dos atentados de 11 de setembro de 2021 nos EUA, "o mundo consolidou a reação dos organismos de segurança internacional para entender que este fenómeno tem que ser desmantelado e combatido com todas as capacidades".
Por outro lado, Duque falou da importância de combater o narcotráfico, a extração ilegal de minerais, e denunciou a existência de um mercado negro de maquinarias usadas pelos grupos irregulares.
Em 22 de julho último a Colômbia acusou a Venezuela de envolvimento nos ataques contra a Brigada Militar 30 (no Norte de Santander) e contra o helicóptero em que viajava o Presidente Iván Duque, ocorridos em 15 e 26 de junho, respetivamente.
A acusação foi feita pelo ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, em Bogotá, durante uma conferência de imprensa conjunta com o procurador-geral colombiano, Francisco Barbosa, e o diretor-geral da Polícia Nacional da Colômbia, para divulgar os detalhes da investigação sobre os atentados.
"Está claro que este atentado foi planeado a partir da Venezuela e, portanto, a comunidade internacional deve refletir sobre o facto de o regime de Maduro, continuar a abrigar terroristas desde onde se atenta contra a Colômbia", disse, precisando que foram detidas 10 pessoas.
Segundo o ministro colombiano, tratou-se de ações terroristas realizadas pelo Gaor 33.
O diretor-geral da polícia colombiana, Jorge Vargas, explicou que as ordens para realizar os atentados foram dadas a partir de acampamentos na Venezuela.
"Existem provas periciais recolhidas, avalizadas por um juiz, e há uma ligação entre o ataque à Brigada 30 e pessoas que vieram de Catatumbo para atacar o Presidente Iván Duque", disse.
O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Jorge Arreaza, refutou as acusações, que atribui a uma tentativa de ocultar a tragédia na Colômbia.
"Utilizam outra vez utilizam a Venezuela para tentar ocultar a tragédia no seu país: cheio de violência e de grupos armados, cuja economia e classe política se baseiam no narcotráfico, uma polícia repressora, massacres e assassínios diários de líderes sociais, exportadores de mercenários assassinos", escreveu Jorge Arreaza na rede social Twitter.
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