Negociações com Irão não se podem prolongar "indefinidamente", avisam EUA

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, avisou hoje que as negociações para salvar o acordo nuclear com o Irão não podem prolongar-se "indefinidamente", respondendo a um discurso do guia supremo iraniano.

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Lusa
29/07/2021 13:30 ‧ 29/07/2021 por Lusa

Mundo

Antony Blinken

"A bola continua do lado do Irão", disse o chefe da diplomacia dos EUA - durante uma conferência de imprensa no Koweit, onde se encontra em visita oficial --, dizendo que as negociações sobre o acordo nuclear com o Irão não se podem prolongar "indefinidamente" no tempo.

Na quarta-feira, o líder supremo do Irão, aiatola Ali Khamenei, fez um discurso muito crítico contra os Estados Unidos, dizendo que a experiência demonstra que não se pode confiar no Ocidente e criticando Washington por vincular o regresso às negociações do acordo nuclear a discussões sobre o programa de mísseis de Teerão e a questões regionais.

Os Estados Unidos e o Irão iniciaram negociações indiretas em Viena, em abril, mediados pelos demais signatários do acordo internacional de 2015, que deverá impedir Teerão de produzir armas nucleares.

As discussões visam salvar o acordo nuclear, do qual o ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump retirou Washington, em 2018, e do qual o Irão se começou a demarcar, em retaliação.

O atual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, diz que está pronto para voltar ao acordo se Teerão aceitar cumprir as restrições ao seu programa nuclear, mas, para já, Teerão bloqueou as conversações até que o novo Presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raissi, tome posse, no início de agosto.

"Demonstrámos claramente a nossa boa-fé e a nossa disposição para regressar ao respeito mútuo" do acordo, confirmou hoje Antony Blinken.

"É o Irão que deve tomar uma decisão. (...) Veremos se está pronto para tomar as decisões necessárias", acrescentou o chefe da diplomacia norte-americana.

As negociações parecem estar bloqueadas até que o novo Presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raïssi, tome posse no início de agosto.

As declarações de Blinken foram feitas durante a visita ao Kuwait, onde o secretário de Estado se reúne com os principais dirigentes do país árabe aliado de Washington e principal mediador no Golfo Pérsico, com quem tem discutido uma agenda de questões de cooperação militar e de segurança.

Blinken, que chegou na quarta-feira à noite ao país árabe vindo da Índia, na sua primeira visita ao Golfo, é recebido pelo emir Nawaf al Ahmad al Jaber al Sabah; o príncipe herdeiro, Mishaal al Ahmad al Jaber al Sabah, e pelo primeiro-ministro, Sabah al Khaled al Hamad al Sabah, entre outros líderes.

De acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos, as negociações vão concentrar-se na cooperação militar, comercial e de investimentos, bem como na segurança regional e nos direitos humanos, entre "outras questões que realçam a importância dos 60 anos de relações diplomáticas".

O Koweit é um dos principais aliados árabes de Washington -- e um país onde os EUA têm presença militar e que desempenha um importante papel mediador em conflitos na região --, servindo de ligação com países árabes sunitas e com o Irão xiita.

Leia Também: Líder supremo do Irão diz que não resulta confiar no Ocidente

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