De acordo com uma declaração pública do NHS, a revisão surge na sequência de um estudo efetuado em março pelo seu Observatório de Raça e Saúde, que concluiu que os oxímetros de pulso por vezes "amplificam" os níveis de oxigénio no sangue para pessoas com cores de pele escuras, levando a uma "leitura enganosa".
Utilizados com frequência em casa para monitorização do nível de oxigénio do sangue e deteção de eventuais quedas abruptas, os oxímetros de pulso funcionam através do envio de uma luz através da pele para efetuar a medição.
Nesse sentido, uma leitura errada dos níveis pode atrasar a hospitalização ou o fornecimento de oxigénio, apesar de os doentes negros e de minorias étnicas estarem a ser desproporcionalmente afetados pela covid-19 no Reino Unido.
"Precisamos de assegurar que temos conhecimento das potenciais limitações de certos equipamentos de saúde, particularmente para populações com risco acrescido da doença", afirmou o diretor do Observatório de Raça e Saúde, Habib Naqvi, salientando que essa realidade "inclui várias comunidades negras e asiáticas que utilizam oxímetros de pulso para monitorizar os seus níveis de oxigénio em casa".
A nova orientação do NHS, publicada na sua página de Internet, constata este possível 'desvio' no funcionamento, mas continua a encorajar "os doentes de pele mais escura que receberam um oxímetro de pulso a continuar a utilizá-lo".
Simultaneamente, a orientação agora publicada apela a uma maior atenção dos doentes às mudanças entre leituras do que aos números apresentados pelos aparelhos, para que "ainda se possa ver se os níveis de oxigénio estão a descer, mesmo que o oxímetro não seja totalmente exato".
Este potencial mau funcionamento dos oxímetros de pulso é particularmente preocupante, uma vez que negros, asiáticos e outras minorias étnicas do Reino Unido estão sobrerrepresentadas em circunstâncias propícias à infeção -- como transportes e serviços de saúde - e têm maiores probabilidades de morrer de covid-19, segundo diversos estudos.
Aliás, um relatório parlamentar concluído no final de outubro indicou que este excesso de mortalidade pela covid-19 entre as minorias é o resultado de "injustiças estruturais, desigualdades e discriminação que atormentam" a sociedade britânica.
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