A imunidade de grupo "é uma possibilidade para o início do outono", disse o professor de imunologia Alain Ficher, em entrevista à rádio RTL, citada pela agência France-Presse.
Fisher precisou que a imunidade de grupo será atingida quando 90% da população com mais de 12 anos estiver vacinada ou protegida por ter sido infetada com o vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença da Covid-19.
Apesar de o processo de vacinação estar a "progredir muito rapidamente" em França, Alain Fisher alertou que é necessário "acabar de convencer aqueles que, de momento, ainda não foram vacinados".
Em França, quase 53% da população tem atualmente a vacinação completa, segundo dados oficiais.
Paralelamente, o número de pessoas hospitalizadas por terem sido contaminadas tem vindo a aumentar nos últimos dias, devido à elevada transmissibilidade da variante Delta do coronavírus.
Os hospitais franceses registavam 7.581 doentes Covid-9 no domingo, em comparação com 6.843 uma semana antes.
Nas unidades de cuidados intensivos estavam 1.137 doentes graves, mais 251 do que no domingo passado.
"Quase metade das pessoas hospitalizadas em cuidados intensivos têm menos de 60 anos, o que não era o caso no início da epidemia, porque menos pessoas com menos de 60 anos foram vacinadas", disse Alain Fischer.
Relativamente à utilização de uma terceira dose da vacina, Fisher disse que ainda não está a ser equacionada, a não ser para pessoas com mais de 75-80 anos, pessoas imunocomprometidas".
Para o resto da população, "podemos esperar um pouco e ver quais serão os dados sobre a persistência da imunidade", acrescentou Fisher, conhecido em França como o "senhor vacina".
Até domingo, a França registava 111.916 mortos por covid-19, em mais de 6,1 milhões de casos de infeção, segundo dados oficiais.
A nível mundial, a pandemia de covid-19 provocou já mais de 4,2 milhões de mortos, entre mais de 197,8 milhões de casos de infeção segundo o balanço mais recente da AFP, divulgado no domingo.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, cidade do centro da China.
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